Um rim de porco está funcionando no corpo de um americano há mais de 30 dias. O caso é de um americano com morte cerebral declarada e o órgão foi geneticamente modificado para evitar qualquer tipo de rejeição do corpo humano.
O experimento, que teve autorização da família, foi feito em um homem de 57 anos, que é vítima de um câncer cerebral. Então, entenda como se deu o caso e esse transplante inusitado.
Nos Estados Unidos, um homem de 57 anos, vítima de câncer e que teve morte cerebral declarada, teve suas funções vitais mantidas para participar de um experimento. Portanto, o objetivo era avaliar o uso do rim suíno em humanos.
No dia 14 de julho deste ano, cirurgiões transplantaram o rim do porco para o corpo humano. Dessa forma, o rim de porco está funcionando no corpo de um humano há mais de um mês.
Até o momento, o resultado do experimento é apontado como um grande passo na busca de que em um futuro próximo a pesquisa seja feita em pacientes vivos, para melhorar seus quadros de saúde.
Esse experimento foi divulgado na última quarta-feira, dia 16, pela NYU, o Instituto de Transplante Langone da Universidade de Nova York. Assim, segundo os pesquisadores o caso do paciente é considerado como o de maior tempo no qual um rim de porco funcionou em uma pessoa, mesmo que falecida.
Os pesquisadores informaram que devem acompanhar o desempenho do rim por pelo menos mais um mês. Inclusive, Robert Montgomery, diretor do Instituto de Transplante Langone da NYU disse que parece que o órgão parece funcionar como o humano.
Ainda de acordo com o diretor, ele afirma que parece que o rim do porco vai funcionar melhor que um humano. Porém, para isso, ele precisou ser modificado geneticamente. Assim, observaram que imediatamente começou a produção de urina, como informou a agência de notícias Associated Press.
Com a notícia de que o rim de porco está funcionando no corpo de um humano, especialistas afirmam que isso pode aliviar a terrível escassez de órgãos para transplante. Aliás, esse é um dos motivos que ajudou a convencer a família do paciente a doar seu corpo para o experimento.
Ele morreu repentinamente aos 57 anos com um câncer cerebral que não foi diagnosticado a tempo. Portanto, foi descartada a possibilidade de doação de órgãos para outros pacientes.
O xenotransplante, ou seja, o transplante de animal para humano, foi falho em muitas tentativas, porque o sistema imunológico dos seres humanos ataca o tecido humano. Dessa forma, gera a rejeição do novo órgão implantado.
Para contornar a situação, os pesquisadores estão usando porcos geneticamente modificados para que a aceitação seja maior. Ou seja, esse é um dos motivos por que o rim de porco está funcionando no corpo de um humano há mais de 30 dias.
Em 2022, com a permissão de reguladores, profissionais da Universidade de Maryland fizeram o transplante de um coração de porco em um paciente que não possuía nenhuma outra opção de tratamento.
O paciente sobreviveu apenas dois meses antes da falha do órgão, por razões que ainda não foram compreendidas. Porém, isso oferece lições importantes para as próximas tentativas. Aliás, uma das hipóteses é que a falha aconteceu devido a infecção do vírus suíno PCMV, o porcine cytomegalovirus.
Nos porcos, o PCMV, em geral, se manifesta em leitoas em fase lactante ou nos animais recém-desmamados. Assim, na forma de rinite e conjuntivite, acompanhada de espirros e secreção nasal.
A infecção de porcas grávidas e virgens pode fazer com que o parto seja de leitões mortos, mumificados, natimortos ou fracos. Isso segundo a Faculdade de Medicina Veterinária de Iowa.
Após a notícia de que um rim de porco está funcionando no corpo de um humano, a agência reguladora americana Food and Drug Administration considera a possibilidade de permitir pequenos estudos de transplantes de coração ou rim de porco em pacientes que se voluntariem.
Além disso, na quarta-feira, a Universidade do Alabama em Birmingham relatou mais um sucesso, que é um par de rins de porco que funcionaram normalmente por uma semana em um corpo doado.
Por fim, Dr Muhammad Mohiuddin adverte que não está claro até que ponto um corpo morto pode imitar as reações de um paciente vivo em relação ao transplante com órgãos suínos.