A renda média dos 40% mais pobres do país acabou de retornar aos níveis pré-pandemia nas metrópoles brasileiras. A informação foi confirmada através dos números do Boletim Desigualdade nas Metrópoles. Esta constatação acontece devido ao aumento na criação de empregos e ao recuo nos números da inflação no final deste ano.
Este estudo leva em consideração não apenas o valor bruto que é recebido pelos brasileiros, mas também o ganho real que fica com cada um deles. Assim, eles consideram os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) para saber exatamente qual é o ganho real médio dos cidadãos. Os dados mais recentes são referentes ao terceiro trimestre deste ano.
Não entram nesta conta os valores recebidos por benefícios sociais. Este é um ponto importante porque algumas pessoas podem considerar erroneamente que o aumento do recebimento médio das famílias tenha relação com a elevação do Auxílio Brasil para a casa dos R$ 600. Contudo, o fato é que este patamar não é considerado.
Os dados do boletim apontam que o rendimento médio dos 40% mais pobres subiu de R$ 210 para R$ 251 no trimestre terminado em setembro. A comparação é com os três meses imediatamente anteriores. Esta é uma renda per capita, ou seja, este valor de R$ 251 indica que este é o patamar que cada cidadão recebe individualmente na sua família, em média.
Entre janeiro e março de 2020, este mesmo indicador ficou na casa dos R$ 250, isto é, está em linha com o valor definido agora. Com isto, pode-se dizer que a média de rendimentos voltou ao nível pré-pandemia.
Assim, mesmo que o período pandêmico tenha causado uma série de problemas econômicos no país, é possível dizer que os números de renda estão voltando ao mesmo patamar que sempre registraram antes mesmo da chegada da Covid-19.
Contudo, os números não são exatamente uma grande notícia para a população mais pobre. Afinal de contas, a avaliação do Boletim é de que os números de renda antes da pandemia já não eram animadores para a maioria da população mais pobre do Brasil.
“Não é exatamente algo a ser comemorado, já que se trata de uma renda ainda muito baixa, mas é um marco em relação ao processo como um todo da pandemia”, disse o pesquisador do PUCRS Data Social e um dos coordenadores do levantamento, André Salata.
Ele também lembrou que durante a pandemia do coronavírus, este grupo de pessoas mais pobres foi relativamente o que mais perdeu dinheiro no decorrer da pandemia da Covid-19.
Dados mais recentes divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que a taxa de desemprego no país já é a menor desde 2014, ou seja, desde antes do período da pandemia do coronavírus.
De acordo com o IBGE, a taxa de desocupação no trimestre encerrado em outubro foi de 8,2%, uma queda de 0,8 ponto percentual em relação ao que se registrou no trimestre encerrado em julho.
Quando se compara com o mesmo período de ano de 2021, a queda é ainda mais clara. Conforme os dados do IBGE, a redução nos números da desocupação foi de 3,8 pontos percentuais.