Sob pressão de auxiliares do presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem o seu destino no governo ligado à resposta que a equipe econômica dará ao Renda Brasil, programa social do governo que substituirá o auxílio emergencial de R$ 600.
De acordo com a percepção de fontes que acompanham as negociações, se for bem sucedido e conseguir abrir espaço no teto de gastos para garantir recursos ao Renda Brasil, Paulo Guedes pode ganhar fôlego e superar esse momento, considerado o mais difícil para a equipe econômica desde o início do governo.
Em declaração à CNN, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que a saída de Guedes nunca foi cogitada. Em entrevista a jornalistas na frente do ministério, o ministro Paulo Guedes afirmou que não teve nenhum ato que sugerisse que ele não devesse confiar no presidente.
“Existe muita confiança do presidente em mim e minha no presidente”, afirmou o ministro. Mas admitiu: “É difícil alguém se sentir à vontade neste cargo”.
A estratégia de Paulo Guedes, discutida na segunda-feira (17) com o presidente Bolsonaro, é vincular a discussão do Renda Brasil à proposta para antecipar medidas de ajuste das contas públicas, como forma de cumprir o teto de gasto.
Por isso, é provável que os recursos para o novo programa não estejam definidos no projeto de lei orçamentária, que será enviado no fim deste mês. Na negociação no Congresso será definido o pacote de propostas para desvincular, desindexar (remover a necessidade de conceder automaticamente reajustes) e desobrigar o pagamento de parte de despesas no Orçamento.