Economia

Relatório Focus: Mercado prevê inflação e PIB altos para 2023 e 2024

O Banco Central divulgou nesta segunda-feira (11/09) o seu Relatório Focus, semanal, que apresenta as expectativas do mercado financeiro do país sobre a economia nacional. Todavia, os economistas entrevistados no levantamento, apresentaram as suas estimativas sobre a inflação para os anos de 2023 e 2024.

Analogamente, houve nesta semana uma alta nas considerações dos economistas sobre a inflação e também sobre o desenvolvimento maior da economia do país para esse período. O Banco Central ouviu cerca de 100 instituições financeiras na semana passada, obtendo informações sobre as estimativas econômicas.

Desse modo, o mercado financeiro apresentou algumas projeções no levantamento, relacionadas à alta da inflação para 2023. Neste caso, a variação de preços passou de 4,92% para 4,93% no relatório Focus desta semana. O valor negociado do diesel, que aumentou devido a uma alta dos impostos, influenciou bastante no índice.

A alteração nos valores negociados sobre o combustível teve um impacto expressivo, de R$0,11 por litro, aos consumidores, o que elevou a previsão sobre a inflação deste ano. Sendo assim, os analistas econômicos esperam que a variação de preços em 2023 fique acima da meta do Conselho Monetário Nacional (CMN).

Economia e inflação

Ademais, o CMN estabeleceu como meta para este ano de 2023, uma inflação de 3,25%. Ela será cumprida se o índice variar entre 1,75% e 4,75% este ano. Segundo o Relatório Focus desta semana, a expectativa do mercado financeiro para a pressão inflacionária no país para 2024, passou de 3,88% para 3,89%.

O CMN também já definiu sua meta da inflação para 2024, para 3% e será cumprida se ficar entre 1,5% e 4,5%. O Banco Central utiliza a taxa de juros básica da economia nacional, Selic, para tentar conter a alta dos preços. Neste sentido, o órgão se baseia na meta para 2024 e início de 2025 para tomar suas decisões.

Em suma, se as estimativas do mercado financeiro estiverem corretas, este será o terceiro ano consecutivo no qual a inflação estará acima da meta estipulada pelo Governo Federal. Ele utiliza para o cálculo, o índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e suas variações. No ano passado, ele ficou em 5,79% no total.

Quando há uma maior inflação no ano, a população sobe bastante, já que ela perde um pouco de seu poder de compra, visto que os produtos e serviços negociados no país ficam mais caros e não há um reajuste no seu salário. Quem possui uma renda menor sofre maiores efeitos da pressão inflacionária, perdendo poder aquisitivo.

Relatório Focus do Banco Central/Fonte: pixabay

Produto Interno Bruto

O Relatório Focus desta semana também apresentou informações relevantes sobre o Produto Interno Bruto (PIB) do país. Dessa forma, o mercado financeiro aumentou sua estimativa de crescimento econômico de 2,56% para 2,64% este ano. Vale ressaltar que o PIB é a soma de todos os produtos e serviços produzidos no país.

O PIB então é utilizado como base para se obter informações a respeito do desenvolvimento da economia do Brasil em um determinado período de tempo. Os economistas esperam que o PIB de 2024 fique em torno de 1,47%. Na semana passada, o levantamento do Banco Central apontava uma alta de 1,32% no total.

Essa estimativa sobre o crescimento da economia nacional se dá logo depois do anúncio de que o PIB do segundo trimestre de 2023 teve uma alta de 0,9%. Este valor é um pouco acima do que o mercado financeiro esperava para o período. Enfim, agora a expectativa desta semana, para este ano de 2023 é um pouco maior.

Estimativas do Relatório Focus

Em síntese, o Relatório Focus apontou uma continuidade das estimativas para a taxa Selic para o final de 2023 e 2024. Para este ano a projeção é de que os juros básicos da economia fiquem em 11,75% ao ano. Já para o ano que vem, os economistas esperam que a taxa Selic chegue ao patamar anual de 9%.

Como falado anteriormente, o Banco Central utiliza a taxa Selic no combate a inflação. No entanto, o remédio é amargo visto que causa uma  desaceleração expressiva da economia do país. Como no início deste ano houve espaço para uma redução, o Copom diminuiu a taxa de juros básica da economia nacional.

Em conclusão, a estimativa dos economistas ouvidos no Relatório Focus, é a de que o dólar no fim do ano suba de R$4,98 para R$5 em 2023. Para o ano de 1024, a projeção é a de que a moeda americana passe de R$5 para R$5,2. A balança comercial deverá ficar em US$70,1 bilhões de superávit em 2023 e US$60 bilhões em 2024.