De acordo com a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), o crescimento da economia mundial para 2023 deve recuar de 3% para 2,4%. Todavia, as estimativas apresentadas para 2024 também apontam por chances pequenas de uma recuperação econômica em todo o planeta.
Esses números foram apresentados na quarta-feira (04/09) passada através de um relatório da Unctad. Vale ressaltar que essa desaceleração da economia mundial traz inúmeras consequências, principalmente para as nações em desenvolvimento. Ademais, alguns países apresentam resultados um pouco mais positivos.
Desse modo, é o caso do Brasil, China, Japão, México e Rússia, que, de acordo com o relatório, apresentaram resultados melhores que os de outros países. Nosso país, segundo a Unctad, deve ter um crescimento acima da média global, de cerca de 3,3%. Para 2024, a expectativa da conferência é a de uma alta de 2,3%.
Isso quer dizer que o Brasil também deve apresentar uma redução no desenvolvimento de sua economia. A revisão do crescimento do país acabou por apresentar uma elevação de cerca de 2,4%, o que garantiu um certo destaque. Deve-se observar ainda, que é a maior entre os países avaliados pela ONU.
Segundo a Unctad, o maior crescimento da economia brasileira se deve em parte a uma série de fatores. Podemos destacar o crescimento expressivo das exportações de commodities, e uma ótima safra no setor agrícola do Brasil. Entretanto, neste momento, há uma queda na demanda, o que pode trazer consequências negativas.
De fato, o relatório da ONU revela impactos posteriores à crise da economia causada pela pandemia de covid-19, que teve início no final do ano de 2021. Neste cenário, também é importante observar o aumento considerável da população inadimplente no país, que acabou se prejudicando com a crise do coronavírus.
Analogamente, em relação à América do Sul, a Argentina apresenta uma tendência negativa para a sua economia. O país vem sofrendo já a algum tempo com uma grande recessão e com a inflação à ritmos galopantes. Há também uma seca que assola o país aumentando consideravelmente o preço dos alimentos e da energia.
Dessa maneira, a população argentina, principalmente as famílias, acabou por perder seu poder de compra. No país, quem sente o maior impacto da recessão econômica, são as pessoas mais pobres. O peso argentino sofre com a pressão inflacionária. Há uma corrida por moedas estrangeiras, depreciando sua moeda.
A agência da ONU diz que há uma necessidade urgente de uma reforma no sistema financeiro global. Para ela, os números apresentados apontam que é preciso a instituição de políticas mais práticas no combate à alta dos preços, a desigualdade social e a dívida soberana. Também deveria haver uma supervisão dos mercados.
Para Rebeca Grynspan, secretária-geral da Unctad, é preciso evitar os erros políticos cometidos no passado. Em síntese, ela diz que é necessário realizar uma combinação equilibrada entre políticas fiscais, monetárias, também do lado da oferta, para que os países possam encontrar uma maior sustentabilidade financeira.
A secretária-geral da Unctad defende uma melhora no investimento produtivo e a criação de empregos mais qualificados. Para a agência, a recuperação da economia dos países afetados pela pandemia apresenta várias divergências, preocupando sobre qual caminho a seguir, visto que não há uma coordenação política.
Nos Estados Unidos, houve recentemente um aumento exponencial de sua taxa de juros. Deve-se observar que a economia do país acabou por desafiar as estimativas mais pessimistas e deve, em 2023, ter uma certa estabilidade. Isso pode ser uma consequência positiva direta, dos maiores gastos dos consumidores americanos.
A princípio, o governo dos Estados Unidos também desistiu de aplicar algumas medidas de austeridade fiscal. Além disso, houve uma intervenção monetária ativa, ainda no início do ano de 2023. No entanto, existem preocupações relacionadas aos investimentos no país devido à taxas de juros praticadas, bastante elevadas.
Em conclusão, em relação à Europa, a região atualmente está à beira de uma recessão. Isso se deve ao fato de que há um aperto de sua política monetária. A Alemanha apresenta uma redução em seu crescimento. Há uma expressiva queda no salário da população de todo o continente europeu, como consequência da austeridade fiscal.