O Banco Central (BC) reduziu a taxa básica de juros da economia brasileira, de 13,25% para 12,75% ao ano. A decisão veio em linha com as projeções do mercado, já que os analistas acreditavam em uma redução de 0,50 ponto percentual da taxa Selic.
Apesar do corte firme, a queda da taxa de juros não deve baratear de maneira expressiva o crédito e as prestações. Pelo menos é o que afirma a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).
De acordo com a entidade, há uma grande diferença entre a taxa básica e os juros efetivos de prazo mais longo. Assim, o impacto da redução da Selic, a taxa básica de juro da economia do país, deverá ser diluído no processo, ou seja, a queda das juros não deverá ser sentida de imediato pela população.
Em resumo, o juro médio para as pessoas físicas passará de 124,76% para 123,75% ao ano, segundo a Anefac. Já para as pessoas jurídicas, a taxa média vai cair de 60,97% para 60,23% ao ano.
A variação da taxa de juros impacta diretamente a população brasileira. Contudo, nem todos conseguem entender, na prática, o que significa essa redução de 0,50 ponto percentual dos juros.
Para entender, veja abaixo alguns exemplos de compras realizadas pelas famílias do país.
A Anefac também revelou dados sobre o impacto que a nova taxa Selic de 12,75% vai exercer na caderneta de poupança. Em primeiro lugar, vale ressaltar que, quanto mais altos os juros estiverem, mais vantajosa fica a renda fixa no Brasil, e a poupança faz parte desse grupo de ativos.
Com a redução da taxa Selic, a caderneta passa a ter um rendimento mais fraco. Em suma, a poupança só vai render mais que os fundos de investimento se houver a combinação de dois fatores: prazo curto da aplicação e elevada taxa de administração cobrada pelos fundos.
Veja quando a poupança rende mais que os fundos de investimentos:
A Anefac informou que a poupança terá o mesmo rendimento dos fundos quando o dinheiro ficar aplicado entre seis meses e um ano e a taxa de administração for de 2,5% ao ano. Aliás, a entidade ressaltou que, mesmo com a isenção de tributos, o rendimento da poupança é baixo e não se mostra vantajoso para a população, no geral.
O corte na taxa Selic é muito positivo para os brasileiros, pois os juros mais baixos fortalecem o consumo no país. Em síntese, a Selic é o principal instrumento do BC para conter a alta dos preços de bens e serviços no país.
Quanto mais alta a taxa Selic estiver, mais altos ficarão os juros no país, o crédito ficará mais caro e o poder de compra do consumidor encolherá, o que desaquece a economia.
Como os juros encarecem o crédito, as pessoas se veem mais apertadas financeiramente e acabam forçadas a modificarem os hábitos de consumo. Na verdade, a inflação elevada já pressiona a renda dos brasileiros, e os juros em patamar muito alto agrava ainda mais esse cenário.
Nos últimos meses, a inflação perdeu ainda mais força no Brasil. Por isso que o BC decidiu promover o segundo corte dos juros desde agosto de 2020. Inclusive, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) acredita que as próximas reuniões terão decisões idênticas a desta semana, com os juros caindo 0,50 ponto percentual em cada encontro.