A denominada “Questão da Crimeia” é um problema geopolítico que envolve, além da própria Crimeia, também a Rússia e a Ucrânia.
O termo “Questão da Crimeia” se refere à disputa pela região da Crimeia, conflito que é protagonizado pela Rússia e pela Ucrânia.
A Crimeia é uma província semi autônoma localizada no sul da Ucrânia, país do qual faz parte territorialmente, que possui uma série de divergências políticas e étnicas em seu território.
No entanto, os russos exercem grande influência política sobre a região, o que cria um grande problema.
A importância da região para a Rússia está na posição geográfica da província, que apresenta o único porto de águas quentes que o país tem acesso, impactando nas relações comerciais e militares russas. Além disso, a região é reconhecida por ser uma grande produtora de vinhos e grãos, possuindo uma indústria alimentícia avançada. Esses pontos são de alta importância também para a Ucrânia também, país do qual a província faz parte.
É no meio desse cenário que surge uma disputa pelo sentimento de nacionalismo da região. De um lado está a Rússia, com uma parte considerável da população sendo formada por povos ligados à nação e que utilizam o idioma russo. Do outro está a Ucrânia, país do qual a Crimeia faz parte e que procura estreitar as relações comerciais com a União Europeia, indo na contramão dos interesses russos.
Assim, a polarização atinge a Crimeia e outras potências interessadas no que o território pode oferecer.
As disputas que ocasionaram a consolidação da Questão da Crimeia tiveram origem no ano de 2010, quando a Rússia instalou uma base militar no sul da província após firmar um acordo que afirmava que a base deveria ser mantida até 2042. Por meio desse acordo, o governo ucraniano recebeu mais de 40 bilhões de dólares em gás natural para concordar com os termos.
Porém, manifestações a favor da ideologia ucraniana aconteceram na Crimeia e foram responsáveis por derrubar o primeiro-ministro Mykola Azarov e o presidente Viktor Yanukovich, que estavam estreitando as relações com a Rússia.
Com isso, um novo governo foi instaurado na província. Porém, Vladimir Putin, governante da Rússia, considerou a ação como ilegítima e enviou tropas para ocupar bases militares e aeroportos na região, gerando uma verdadeira crise política na Crimeia.