Estudo realizado pela WILL (Women in Leadership in Latin America), organização internacional sem fins lucrativos criada para apoiar e promover o desenvolvimento de carreira das mulheres na América Latina, apontou que 58% das empresas brasileiras traçaram políticas formais para a promoção da equidade de gênero, com metas claras e ações planejadas no ano de 2021.
Se comparado com dois anos atrás (2019), houve um crescimento de 17%, quando apenas 41% se dedicavam a isso. Essa é a 4ª edição do levantamento Mulheres na Liderança, feito pela WILL com 138 empresas de médio e grande porte, em 42 setores da economia, incluindo comércio, serviço e indústria, no período de 2 de julho a 10 de setembro de 2021.
Segundo a gerente de Relações Públicas e Reputação Corporativa do Ipsos (Instituto de pesquisas), Priscilla Branco, três ações tiveram crescimento importante desde 2019.
“A primeira em relação ao treinamento dos colaboradores, que são responsáveis pelas promoções, monitoramento da proporção de colaboradoras para verificar possíveis barreiras e entender quais são os empecilhos e o crescimento de metas para reduzir a proporção de quadros ocupados por homens”, afirmou.
Ainda, segundo o levantamento da WILL, um pouco mais de 50% das empresas já conseguiram diminuir as diferenças salariais entre homens e mulheres por nível hierárquico, 67% estão dando preferência em contratações de mulheres para cargos antes ocupados por homens e 62% contratando mulheres para cargos de nível hierárquico mais elevado.
Outro dado levantado pela pesquisa é que 70% das organizações empresariais no Brasil já contam com áreas específicas para garantir a implementação de ações voltadas à liderança feminina.
Em 51% das empresas,
foram estabelecidas metas para reduzir a proporção entre homens e mulheres em cargos de gerência ou executivos. A fim de comparação, dois anos atrás, em 2019, essa fatia era de apenas um terço das empresas.
É inegável que a pandemia de Covid-19 tenha afetado diretamente empresas de todos os ramos, não só no Brasil, como em todo o planeta. Dos afetados, as mulheres foram as que mais sofreram com os impactos da pandemia. Em 2020, 62% das empresas com mais de 3 anos de existência lideradas por mulheres no país fecharam as portas, incluindo aí MEIs.
De acordo com a 5ª edição do Data Nubank ( plataforma de análises e divulgação de pesquisas sobre finanças do Nubank) , em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o SEBRAE sobre o empreendedorismo feminino na pandemia, o motivo para as mulheres terem sido mais impactadas pela crise é que, de saída, elas já encontram dificuldades dobradas com a jornada dupla, em casa e no trabalho.
O grande problema é que mesmo antes do coronavírus se espalhar pelo mundo, as mulheres já eram mais prejudicadas em relação aos homens, já que elas já dedicavam 10,4 horas a mais por semana para atividades domésticas e de cuidado com a família, segundo dados divulgados pelo IBGE.
Durante a pandemia, essa carga horária destinada a atividades domésticas ampliou, devido ao fechamento de creches e escolas, o que impossibilitou muitas dessas mulheres de darem continuidade às suas carreiras nas empresas.