Você deixou de comprar algum item no mercado por causa do aumento dos preços nos últimos meses? Se a resposta for sim, saiba que não está sozinho. Uma nova pesquisa da Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (Asserj) aponta que o público que faz parte do Auxílio Brasil sente falta de comprar leite e carne bovina.
A pesquisa em questão foi feita nos últimos dois finais de semana, apenas em supermercados do Rio de Janeiro. Os pesquisadores entrevistaram 425 consumidores de estabelecimentos comerciais na zona norte e zona oeste da capital carioca. Pouco mais de 40% dos entrevistados disseram que recebem alguma ajuda do Governo Federal.
Dentre os que recebem ajuda da União, 92% disseram que são usuários do programa Auxílio Brasil. Trata-se do benefício do Governo Federal destinado às pessoas que estão em situação de vulnerabilidade social. Além disso, 3% disseram que recebem o auxílio-taxista, 1% o Pix Caminhoneiro e 30% o vale-gás nacional.
A pesquisa aponta que a carne bovina é o item que mais faz falta na mesa dos usuários do Auxílio Brasil. Estima-se que 80% deste público deixou de comprar o item. Leites e derivados aparecem na segunda posição, com 57%. A lista inclui ainda carne de frango (45%), produtos de limpeza (44%), pães, bolos e biscoitos (43%) e produtos de higiene pessoal (41%).
“A leitura mostra que temos uma demanda reprimida”, disse Ana Paula Rosa, que é diretora geral da Asserj. “Tudo agora é uma questão de negociação com a cadeia de fornecedores”, completou ela falando sobre a necessidade de os comerciantes tentarem abaixar o preço para que o público que está com saudades destes itens, voltem a comprá- los.
O Congresso Nacional aprovou no último mês de julho a PEC dos Benefícios. Trata-se do documento que liberou R$ 41 bilhões para que o Governo turbinasse os seus benefícios sociais em pleno ano de eleições presidenciais.
Especificamente para o Auxílio Brasil, a PEC em questão liberou R$ 26 bilhões, que serviram para aumentar o valor do benefício de R$ 400 para R$ 600. A alteração, aliás, já foi válida durante as liberações de agosto.
Além de elevar o valor dos pagamentos, o Governo Federal também conseguiu aumentar a quantidade de usuários que fazem parte do programa social. Entre os repasses de julho e agosto, estima-se que mais de 2,2 milhões de brasileiros tenham entrado no benefício.
Mas até quando as mudanças são válidas? De acordo com as informações dispostas na PEC dos Benefícios, a ideia é manter os repasses turbinados do benefício apenas até o final deste ano, ou seja, a partir de janeiro de 2022, o sistema voltaria ao normal.
Em entrevista recente, o presidente Jair Bolsonaro (PL) garantiu que manterá o valor do Auxílio na casa dos R$ 600 em 2023, caso seja reeleito este ano. De toda forma, ainda não há nenhum documento que oficialize a promessa.
Além de Bolsonaro, outros candidatos dizem que conseguirão manter o Auxílio Brasil na casa dos R$ 600. O ex-presidente Lula (PT), que lidera todas as principais pesquisas de intenção de voto, afirma que não só manterá o valor, como também pagará o saldo dobrado para as mães solo.