É corriqueiro nos confundirmos sobre o uso do te ou do lhe na hora da escrita. Isso ocorre em função da língua coloquial, esta que utilizamos em nosso cotidiano. Nela não diferenciamos um pronome do outro ou sequer utilizamos algum deles. Nesse caso, inclusive, empregamos o pronome pessoal “te” em conjunto com o pronome de tratamento “você”. É aí que a concordância pode faltar. Vejamos quais são as particularidades de ambos os pronomes!
Como o “te”, assim como o “lhe”, é pronome pessoal, isso significa que ele corresponde a uma das pessoas do verbo: eu, tu, ele, nós, vós e eles. O “te” se refere à segunda pessoa do singular, tu. De forma que deve ser empregado quando o verbo é, portanto, conjugado na segunda pessoa do singular. Por exemplo:
Ex.: Arrependeste-te?
Ele também possui as seguintes acepções “a ti”, “em ti”, “para ti”, “de ti e “a ti mesmo”. Vejamos:
Ex.: Ele te deu um livro.
Ex.: Bateram-te com muita força?
Ex.: Enviou-te muitos presentes?
Ex.: Cobraram-te caro?
Ex.: Proclamaste-te líder?
É importante lembrar que o “te” também tem função como pronome possessivo: “Arde-te os olhos”, isto é, “os teus olhos ardem?”.
O “lhe”, por sua vez, refere-se à terceira pessoa do singular, “ele” ou “ela”. Seus significados são “dele/dela”, “nela/nele”, “para ele/para ela” e também como possessivo.
Ex.: Eu lhe disse tudo.
No entanto, ele tem uma característica que lhe é peculiar: o “lhe” deve ser utilizado junto dos pronomes de tratamento (você, vossa mercê, vossa senhoria, o senhor etc.). É aqui que o uso coloquial da língua nos confunde, pois no dia-a-dia estamos habituados a utilizar o pronome de tratamento você acompanhado do pronome pessoal te.