Um novo projeto de lei está em discussão na Câmara dos Deputados, sugerindo uma mudança significativa na forma como as multas de trânsito são aplicadas no Brasil. O projeto de lei nº 4.268, de 2023, apresentado pelo deputado José Medeiros, propõe que todas as infrações sejam comprovadas por meio de imagens ou vídeos.
A principal ideia por trás deste novo projeto de lei é alterar a Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997, que institui o Código de Trânsito Brasileiro, para estabelecer a necessidade de comprovação da infração cometida. Segundo o projeto, a multa só seria válida se houvesse a apresentação de uma prova concreta do cometimento da infração.
De acordo com a proposta, a infração deverá ser comprovada por declaração da autoridade ou do agente da autoridade de trânsito, acompanhada de prova produzida por aparelho eletrônico, equipamento audiovisual, reações químicas ou qualquer outro meio tecnologicamente disponível.
No entanto, há uma exceção para casos específicos, nos quais a natureza da infração ou as circunstâncias tornem inviável a produção de provas robustas. Nestes casos, deve-se buscar oportunizar com maior ênfase o direito de defesa.
Se aprovada, a nova lei poderá causar uma grande mudança na forma como as multas de trânsito são aplicadas atualmente. A necessidade de comprovação da infração por meio de evidências poderá tornar o processo de aplicação de multas mais transparente e justo.
O deputado José Medeiros justifica a proposta argumentando que muitas vezes o cidadão que recebe uma multa de trânsito não tem como se defender, pois a multa é baseada na fé pública do agente de trânsito. Assim, se o agente errar, por falha ou dolo, o cidadão não tem como comprovar que não cometeu a infração.
Com o avanço da tecnologia, torna-se cada vez mais fácil registrar ações e comportamentos por meio de imagens e vídeos. Por isso, o deputado sugere a utilização dessas ferramentas como meio de comprovar as infrações de trânsito.
Contudo, o projeto reconhece que nem sempre será possível registrar a infração no momento de sua ocorrência. Para esses casos, a proposta mantém a possibilidade de validade da autuação, desde que haja uma justificativa fundamentada para a excepcionalidade e sejam ampliados os meios de defesa apresentados.
O novo projeto de lei está gerando debates e discussões na Câmara dos Deputados e entre especialistas em trânsito. Enquanto alguns argumentam que a medida trará mais justiça e transparência para a aplicação de multas de trânsito, outros temem que possa haver dificuldades na implementação da nova regulamentação.
Os defensores da proposta argumentam que a necessidade de comprovação da infração por meio de imagens ou vídeos tornará o processo de aplicação de multas mais justo e transparente. Além disso, acredita-se que a medida poderá diminuir a quantidade de multas aplicadas de forma indevida.
Por outro lado, os críticos da proposta apontam que a necessidade de comprovar todas as infrações por meio de imagens ou vídeos poderá tornar o processo de aplicação de multas mais complexo e demorado. Além disso, há preocupações sobre a privacidade dos motoristas e a possibilidade de abuso por parte das autoridades de trânsito.
O projeto de lei ainda está em discussão na Câmara dos Deputados. Caso seja aprovada, a nova lei entrará em vigor na data de sua publicação. Até lá, continuaremos acompanhando o desenvolvimento deste importante debate sobre a forma como as multas de trânsito são aplicadas no Brasil.
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