O programa “Voa, Brasil” ainda não saiu do papel, mas membros do Governo Federal já estão fazendo projeções para a iniciativa. Em reunião em uma comissão do Senado hoje, o Ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB) disse que pouco mais de 5 milhões de novos passageiros deverão ser atendidos.
A política pública prevê a disponibilização de passagens aéreas a um preço de R$ 200 para qualquer trecho do país. A condição oferecida é que um mesmo cidadão só poderá comprar duas passagens por ano, e apenas em períodos de tempo em que não há uma grande procura por voos nacionais, ou seja, na chamada baixa temporada.
O ministro voltou a dizer que a ideia do Voa, Brasil é atender apenas o público que não costuma viajar de avião normalmente. Estamos falando de pessoas com baixo poder aquisitivo que acabam deixando de viajar com este meio de transporte, porque não possuem dinheiro suficiente para pagar uma passagem.
A média de valor do bilhete no Brasil já ultrapassou a marca dos R$ 600. Na reunião da comissão, França voltou a dizer que a ideia é atender apenas alguns determinados grupos sociais.
São eles os aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), servidores públicos com renda mensal máxima de até R$ 6,8 mil, alunos bolsistas e todos os cidadãos com inscrição ativa no sistema do Cadúnico do Governo Federal.
O Ministro Márcio França (PSB) disse na reunião de hoje que a criação do programa Voa, Brasil teria sido um pedido das próprias companhias. De acordo com o chefe da pasta, os diretores de empresas como Azul, Gol e Latam já o procuram desde o início do ano para que o Governo as ajude com o processo de barateamento das passagens.
“Logo no início da minha chegada ao ministério (de Portos e Aeroportos), as três empresas brasileiras de aviação me procuraram para comentar as dificuldades e pedir ajuda na redução do valor do combustível e dos impostos“, disse França.
“Eles sugeriram que nós fizéssemos um programa de até R$ 200 com acento pra qualquer trecho. Não pra todo mundo. Mas para aqueles 90% que não voam, ou seja, ir buscar o passageiro que não está habituado a voar”, disse.
França ainda completou: “Eles (as empresas) não tem esse dado (das pessoas que não costumam voar), quem tem esse dado somos nós. Cada companhia tem o CPF de todo mundo que voou. Mas uma companhia, não tem CPF da outra companhia. Mas nós temos de todas, então nós sabemos quem não voou. O que que eles nos pedem? Que no aplicativo deles mesmos sem nenhum subsídio, eles implantem os voos que vão ser a R$ 200 e nós vamos dizer, essa pessoa não voou há um ano, então pode comprar“.
O Governo Federal também apresentou oficialmente no dia 19 de abril um novo projeto para tentar baratear os preços das passagens aéreas no Brasil. A ideia foi apresentada por Márcio França também durante a mesma reunião na comissão do Congresso Nacional.
De acordo com o Ministro, a ideia é atrair para o Brasil as empresas conhecidas como low cost, ou “baixo custo” na tradução para o português. Tais companhias fariam ações de promoção comercial em parceria com a Embratur, com a Apex e com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
O Ministro alega que o movimento poderá ter um efeito nos custos das passagens. “Aí vem a nossa atração. Atrair a empresa low cost para cá. Elas vão fazer uma competição que vai realmente baixar o valor da passagem“, disse o Ministro no Congresso. O programa deve começar a funcionar a partir de agosto, conforme informou o ministro.