A inclusão de pessoas surdas na educação até hoje é um desafio no Brasil. Mesmo com a criação de leis e projetos para facilitar o cotidiano escolar de crianças, adolescentes e jovens surdos, a comunidade surda ainda tem muitas demandas educacionais e de socialização.
Os primeiros desafios se fazem presentes ainda na infância, visto que a maioria das crianças surdas nascem em famílias com pais ouvintes, que não dominam a Libras, a língua brasileira de sinais.
Pensando nisso, Carolina Hessel, professora da Linguagem Brasileira de Sinais na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), deu início ao projeto “Mãos Aventureiras”. Desse modo, no canal do projeto a professora publica vídeos contando histórias recentes da literatura infantil usando a linguagem de sinais.
De acordo com ela, a ideia partiu do contato com a literatura infantil e o desejo de traduzir essas histórias para a língua de sinais. Em 2017, Hessel conseguiu pôr em prática o seu plano e os vídeos podem ser acessados no YouTube.
Em entrevista à Gazeta, Hessel falou um pouco sobre o projeto: “Sou surda, então o interesse parte da minha própria experiência. O foco na literatura infantil deve-se ao fato de que parte das crianças surdas nascem em lares de pais ouvintes, o projeto objetiva colaborar na produção e expressão da língua de sinais por esses sujeitos.”
O material disponível em Libras nas redes sociais é ainda muito pouco, de modo que iniciativas como essa se tornam um diferencial. Além de proporcionar o contato das crianças com a literatura, as histórias contadas nos vídeos ajudam ainda o desenvolvimento do aprendizado da língua de sinais.
Entre as histórias traduzidas no “Mãos Aventureiras”, figuram obras nacionais como “Adelia”, de Jean-Claude Alphen, premiado com o Jabuti em 2016, e “Clara”, obra de 2017, com texto de Ilan Brenman e ilustrações de Silvana Rando.
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