O Banco Central do Brasil (BC) divulgou nesta sexta-feira (20/10), seu Índice de Atividade Econômica (IBC-BR). A princípio, no mês de agosto de 2023, houve uma retração de 0,77% na comparação com o mês de julho. Vale ressaltar que esta estimativa é considerada uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
Todavia, o Banco Central chegou a esse resultado depois de um ajuste sazonal, que é um tipo de contrapartida utilizada para a comparação de períodos diferenciados. Segundo as informações da instituição, esse recuo no indicador é apresentado após dois meses seguidos de alta. A queda em agosto foi a maior desde maio de 2023.
Analogamente, a queda do IBC-BR para agosto foi de -0,77%, enquanto que o recuo de maio foi de-1,85%. Em relação ao mesmo período do ano passado, houve um crescimento do Índice de Atividade Econômica de cerca de 1,28%. No acumulado do ano, nos oito primeiros meses, houve uma alta de 3,06% no total.
Desse modo, em 12 meses, até agosto, o IBC-BR teve uma variação positiva de 2,82%. Deve-se observar que neste cálculo, não foi utilizado o ajuste sazonal. Aliás, o Produto Interno Bruto (PIB), é a soma de todos os produtos e serviços produzidos em território nacional e também é utilizado para verificar o desenvolvimento econômico.
Ademais, o IBC-BR do Banco Central, é um índice que normalmente se antepõe ao resultado do PIB. No entanto, esse resultado muitas vezes contradiz com os dados oficiais divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Há uma eventual disparidade entre as duas estimativas sobre a economia.
No ano de 2022, a economia do país apresentou uma variação positiva de 2,9%. Dessa maneira, mesmo com um crescimento, houve uma desaceleração da atividade em relação a 2019, que apresentou uma alta de 5%. No primeiro trimestre de 2023, na comparação com o último de 2022, houve uma alta de 1,9% do PIB.
Em síntese, o crescimento do PIB no primeiro trimestre deste ano foi maior do que as estimativas do mercado financeiro. O resultado positivo do período se deve principalmente a uma expansão do setor agropecuário nacional. Não havia uma previsão no segundo trimestre de 2023 de uma alta de 0,9%.
Dessa maneira, o mercado financeiro nacional apresentou recentemente uma projeção para o PIB de 2023, no qual apontou um crescimento de cerca de 2,92%. Sendo assim, haveria uma certa estabilidade na comparação com o ano passado. Para o ano de 2024, espera-se um resultado menor, com uma alta de 1,50% no total.
É preciso levar em consideração que se houver um crescimento do PIB, consequentemente, a economia do país irá apresentar um resultado positivo e haverá um aumento significativo da produção. Se o Produto Interno Bruto cair, a atividade econômica irá então encolher, com um consumo e investimento menor.
Deve-se observar, contudo, que em algumas situações, a alta do PIB não significa, necessariamente, um bem estar social. Memso assim, no período de alta, o país apresenta um crescimento do poder de compra de sua população. Os cálculos do PIB e do IBC-BR se diferem, mas vão em busca de resultados relativos ao crescimento da atividade econômica.
Neste sentido, é o IBGE quem divulga o resultado oficial do PIB do país. Já o IBC-BR é um indicador que engloba projeções sobre a agropecuária, a indústria, o setor de serviços, e também os impostos. Entretanto, é importante mencionar que em seu cálculo ele não considera as informações relacionadas à demanda.
As informações relacionadas à demanda incorporam-se ao cálculo do IBGE para o PIB. O Banco Central utiliza o IBC-BR para auxiliá-lo na definição da taxa de juros básica da economia nacional, Selic. Aliás, com um menor crescimento econômico do país, os índices de inflação consequentemente também caem. Portanto, o governo busca utilizar esses juros como um remédio contra a alta do índice de preços.
Dessa forma, quando há uma redução exponencial da pressão inflacionária no país, o Banco Central encontra espaço amplo, para então cortar sua taxa anual Selic. No último mês de setembro deste ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu as suas taxas de juros anuais pela segunda vez neste ano de 2023, ficando na casa dos 12,75%.