Na última terça-feira, dia 1º de junho, o atual presidente da República Jair Bolsonaro, deu forte declaração sobre possível prorrogação do Auxílio Emergencial até o final de 2021.
De acordo com Jair Bolsonaro, os participantes deveriam ir no banco e fazer empréstimo se desejam mais. A polêmica declaração aconteceu durante conversa com apoiadores e simpatizantes na saída do Palácio da Alvorada.
“Qual país do mundo fez um projeto igual ao nosso, num momento de crise, que foi o auxílio emergencial? Nós gastamos em 2020 com o auxílio emergencial o equivalente a dez anos de Bolsa Família. E tem gente criticando ainda falando que quer mais. Como é endividamento por parte do Governo, quem quer mais é só ir no banco e fazer empréstimo”, afirmou o presidente.
A atual rodada de pagamentos do Auxílio Emergencial acontecerá até o mês de julho. Atualmente, o benefício possui valores que variam de acordo com a composição do grupo familiar de cada participante, entre R$ 150, R$ 250 ou R$ 375.
A quantia que se destina aos participantes este ano é menor do que o valor pago durante o ano passado, que contou com cinco parcelas de R$ 600 e outras quatro de R$ 300.
Nesse sentido, então o atual governo vem sofrendo cobranças sobre a necessidade de extensão do benefício. Além disso, inclusive, o tema vem sendo pauta principal das manifestações contra o presidente juntamente com o aumento da disponibilidade de vacinas e a aceleração do Plano Nacional de Imunização.
O presidente, também na última terça-feira, se pronunciou sobre a crise econômica enfrentada pelo país. Bolsonaro relata que sabe da situação difícil que a população brasileira vem enfrentando. Contudo, retornou a culpar governadores e prefeitos que adotaram as recomendações de isolamento social pela crise econômica.
“Sabemos da situação difícil que se encontra a população, que perdeu o emprego. Não foi por culpa do presidente. Eu não mandei ninguém ficar em casa, não obriguei, não fechei comércio e por consequência não destruí emprego. Quem fez isso aí foi de forma irresponsável”, relatou Bolsonaro.
Jair Bolsonaro é um dos fortes críticos a todas as medidas restritivas para a diminuição da disseminação do vírus da Covid-19. Nesse sentido, o presidente é contrário a decisões políticas como o “lockdown” ou decretos estaduais ou municipais que restringem o comércio.
O avanço de 1,2% do PIB nacional nos três primeiros meses de 2021 parecia pouco provável aos olhos de vários analistas devido a diversas dúvidas geradas pelo aumento dos casos de Covid-19. Em conjunto, ainda, pelo agravamento de todos os fatores políticos, sanitários e econômicos gerado com o agravamento da pandemia.
“Apesar de muitos analistas esperarem retração, na margem, do PIB no começo deste ano, os dados não corroboram essas estimativas, indicando que não há indícios de uma correlação positiva entre maior auxílio e maior atividade”, é o que relata a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Economia.
“O bom desempenho da arrecadação tributária, com recuperação acima das expectativas, corrobora os sinais de continuidade da retomada da atividade econômica em 2021”, diz a nota remetida pelo ministério.
Assim, de acordo com integrantes do governo, o fim das políticas assistenciais era programado para o fim do ano, devido ao desgaste do cenário fiscal. No entanto, o retorno do benefício foi necessário com a piora da pandemia.
“Isso demonstra o acerto da política econômica do governo ao apontar corretamente que não ocorreria o fiscal cliff propagado por alguns analistas. Em resumo, a retirada dos estímulos governamentais temporários, tal como defendido por esta SPE, não teve impactos significativos sobre a atividade no primeiro trimestre do ano”.
Portanto, os analistas entendem que, mesmo com o período sem o Auxílio Emergencial, o setor de serviços conseguiu demostrar uma leve recuperação. Contudo, um dos índices que demostrou retração foi o de consumo das famílias. Este, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), tem relação tanto com a interrupção do programa social quanto com o aumento da inflação.
Segundo análise da pasta econômica, o aumento do PIB no primeiro trimestre do ano poder ser explicado a partir de alguns fatores. Por exemplo, a recuperação dos investimentos no país, a leve melhora de todo cenário econômico externo e a elevação da taxa de poupança. Por fim, ainda, o aguardado processo de vacinação em massa influencia na recuperação do número de empregos.
Entretanto, a estrada para o crescimento do país também possui diversos sinais de alerta, como o aumento de reformas acerca da elevação da produtividade. Além disso, um conjunto de incertezas sobre possíveis danos causados pela pandemia também servem de cautela.
Nesse sentido, o Ministério da Economia ressaltou novamente a importância dos processos de reforma. Assim, segundo o órgão, eles irão combater as origens da redução de produtividade e o direcionamento incorreto de recursos.
“Para isso, não há outro caminho que resulte em elevação do bem-estar dos brasileiros a não ser por medidas que busquem a correção da má alocação de recursos e incentivem a expansão do setor”, é o que relata representantes da pasta econômica.
Por fim, com a aproximação do período de pagamento da terceira parcela do benefício durante o ano de 2021 e com ritmo reduzido da vacinação, uma dúvida segue aparecendo entre os brasileiros sobre a possível prorrogação do benefício assistencial.
Dessa forma, em meio a todo cenário apresentado, muitas pessoas vem especulando sobre a possível extensão do auxílio pelo menos até o final de 2021.
Então, de acordo com o ministro Paulo Guedes, o benefício poderá sim ser prorrogado caso a vacinação não avance no país. Contudo, as informações oscilam a cada dia. Nesse sentido, já houve declaração do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, sobre a não prorrogação. O próprio presidente da República já falou sobre a prioridade da reforma do Bolsa Família.
Assim, no entanto, discute-se que o Governo Federal vem estudando a possibilidade de estender o auxílio por pelo menos mais quatro meses, com intenção de ganhar tempo para renovar o Programa Bolsa Família.