Na última quarta-feira (23), Roberto Rocha, presidente da comissão mista que analisa a proposta da reforma tributária no Congresso Nacional, se mostrou contrário a discussão sobre a criação da nova CPMF. Ele afirmou que não há “ambiente político” para o tema e que não acha a discussão “oportuna”.
Segundo Rocha, que participou de audiência com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Palácio do Planalto, a insistência em discutir a criação do novo imposto nos moldes da CPMF pode “contaminar” o avanço da reforma tributária. Entretanto, minutos depois, Paulo Guedes, ministro da Economia, afirmou que o Brasil precisa desonerar a folha de pagamento das empresas. Segundo ele, isso seria compensado com a criação de “tributos alternativos”.
Antes da audiência com Bolsonaro, Rocha foi perguntado sobre a articulação do governo, que não desistiu de criar um novo imposto. Ele respondeu que o tema não está sendo discutido no Congresso e afirmou que o assunto não deve entrar na análise da reforma tributária.
“Acho que não [chega ao Congresso a discussão da nova CPMF]. É muito delicado esse assunto. Isso pode de algum modo contaminar a reforma. Não há ambiente político para discutir esse assunto”, afirmou. “Na realidade, não é criar um imposto o que o governo quer, o governo quer é desonerar a folha. E a maneira que ele encontra para desonerar a folha é criando essa movimentação financeira. Ou faz assim, ou aumenta no IVA, aumentando a carga tributária. Mas esse é um assunto delicado, que não me parece oportuno discutir agora, nesse momento”.