O Planalto publicou na semana passada um edital que prevê o gasto de até R$ 10,2 milhões para um serviço especializado de garçons e copeiros para servir à Presidência. A justificativa dada para tal gasto foi “o bem-estar”.
Num momento de crise no país, chamou atenção o valor e justificativas para tal contratação. “O consumo do café faz parte da cultura brasileira e a contratação de um serviço que possibilite o consumo no ambiente de trabalho é comum na Administração Pública, em todas as esferas”, diz o edital.
“Desta forma, o serviço de copeiragem coopera para que sejam criadas as condições de trabalho satisfatórias aos colaboradores do órgão, proporcionando bem-estar e, por conseguinte, melhorando a capacidade laboral dos servidores e colaboradores que atuam junto à Presidência da República”, continua o texto.
Ao todo serão contratados 150 funcionários. É prevista a contratação de 84 garçons e outros 8 copeiros. Também é previsto a contratação de um almoxarife por R$ 5.312,86 e um encarregado geral por R$ 8.291,36.
O salário dos garçons previsto é de R$ 5,4 mil e os de copeiros, R$ 4 mil.
Com isso, é previsto R$8.736.579,84 para pagamento anual de funcionários e outros R$ 1.031.168,40 de despesas com insumos como café, utensílios de copa e materiais de limpeza atinjam – atingindo a previsão de R$ 10.212.267,76.
O edital também deixa claro acreditar ser necessário um serviço exclusivo para a Presidência. “A contratação de uma empresa especializada para a prestação de serviços de copeiragem faz-se necessária para atender a Presidência da República e seus Órgãos essenciais, de forma contínua, com dedicação exclusiva de mão-de-obra, com pessoal próprio e qualificado, incluindo o fornecimento de todo material de consumo. A admissão visa garantir a continuidade do atendimento prestado, de forma a manter o mesmo padrão de atendimento. Os serviços terceirizados de copeiragem estão plenamente incorporados à rotina da Presidência da República, contribuindo significativamente para a eficiência do seu funcionamento”, registrou.
O valor de R$ 10,2 milhões previstos para gastos com café poderia pagar pelo menos uma parcela a mais para 68 mil pessoas que moram sozinha e, portanto, recebem ajuda de R$150.
Se a parcela a mais do auxílio emergencial fosse paga a mães chefes de família, pelo menos 10, 2 mil delas já teriam o dinheiro garantido.
O valor também poderia pagar em um mês até 249 mil benefícios de R$ 41 do Bolsa Família.
Por outro lado, o valor deve ser investido na “contratação de serviços de copeiragem para atender à Presidência da República e seus Órgãos essenciais em Brasília-DF”. O pregão eletrônico será aberto em 6 de maio no site oficial do governo federal.