Um estudo do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e da Fundação Getúlio Vargas (FGV) apontou que a preocupação dos pequenos empresários aumentou em fevereiro.
O sentimento de angústia dos empresários de pequenos negócios acabou aumentando durante este período, principalmente por conta dos avanços da pandemia no Brasil, que acabaram alcançando números recordes de casos e de mortes da doença no ano de 2021.
As instituições estão buscando entender os impactos da crise da pandemia nas pequenas empresas, desse modo, a pesquisa do Sebrae e da FGV vem complementar essas informações, enquanto a crise sanitária ainda persiste no território brasileiro, prejudicando muitas dessas empresas.
Por conta disso, a taxa de empresários que estão preocupados com o futuro do seu negócio aumentou para 57% no segundo mês do ano de 2021. Além disso, esse é o maior patamar atingido pela pesquisa nesse quesito desde setembro de 2020. Mesmo nessa ocasião, essa proporção era de 43% dos empresários, bem abaixo do que foi obtido na última pesquisa.
No mês de setembro de 2020, cerca de 18% dos que tinham seu próprio negócio estava mais esperançosos e aliviados com relação ao futuro, conforme aponta a pesquisa. O percentual diminuiu para metade no mês de fevereiro, alcançando a marca dos 9% para esta mesma informação.
Assim como toda crise ou momento mais delicado em um país, os setores acabam se comportando de maneira diferente uns dos outros, o que faz com que alguns tenham destaque entre os mais impactos, inclusive no momento atual.
Nesse sentido, conforme os dados da pesquisa, os 7 setores em que os donos de seu próprio negócio tem mais se preocupado no mês de fevereiro são:
Carlos Melles, que é o presidente do Sebrae, comentou a respeito desses dados. Ele diz que “No caso do turismo e da economia criativa, por exemplo, existem complicadores adicionais, como a questão do transporte e da grande concentração de público em locais fechados”.
O presidente do Sebrae ainda explicou que um dos motivos dos setores do turismo e economia criativa estarem entre os que mais preocupam os empresários é por conta de serem alguns dos setores mais impactados com a pandemia, frente ao fato de não terem a possibilidade, por hora, de sempre oferecerem seus produtos on-line.
Além disso, apenas 16% das empresas da pesquisa estão funcionando do mesmo modo que o período pré-pandemia. Considerando alguns dos setores mais afetados, como da economia criativa e o turismo, citados por Melles, essa proporção acaba sendo ainda menor: 5% e 4%, respectivamente.
Algo que preocupa muitas empresas durante esse período de pandemia é o fato de que uma parte delas estão com suas atividades paradas. Esse fator acaba se destacando nesses mesmos dois setores, com 40% na economia criativa e 32% em turismo, números que representam a proporção de empresas que não estão sequer funcionando.
Ainda nesses segmentos, os dados apontam que 85% dos empresários do setor de turismo afirmam ter obtido uma piora no seu faturamento no ano de 2020, quando se iniciou a pandemia no Brasil. No setor da economia criativa esse número é parecido, com 84% dos empresários entrevistados.
As informações da pesquisa ainda mostram a perspectiva dos empresários para o futuro. A expectativa dos donos do próprio negócio é que a pandemia só tenha uma melhora daqui aproximadamente 17 meses, com base no faturamento que acabou caindo nos últimos tempos em boa parte das empresas.