Educação

Prefeitos pedem flexibilização do valor mínimo para investir na educação em 2020

A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) apresentou ao ministro da Economia, Paulo Guedes nesta sexta-feira, 7, reivindicações que envolvem diversas pautas, incluindo a educação dos municípios.

Entre os pedidos está a possibilidade de flexibilização do investimento mínimo constitucional no setor da educação ainda em 2020.

Segundo a Constituição Federal, estados e municípios são obrigados a aplicar, no mínimo, 25% das receitas oriundas de impostos e de transferências a cada ano em educação.

Porém, de acordo com os prefeitos requerentes, a crise econômica decorrente da pandemia do novo coronavírus, a arrecadação tributária sofreu uma queda abrupta. Sendo assim, os gestores municipais alegam que provavelmente não irão conseguir cumprir com os pagamentos previstos na Constituição.

O que dizem os prefeitos

Em entrevista a jornalistas após a reunião, o prefeito de Teresina (PI), Firmino Soares (PSDB), vice-presidente da FNP, explicou o requerimento. “Defendemos uma legislação, de forma excepcional, considere os gastos em educação tudo aquilo que foi empenhado, e não somente o que foi pago, como a lei determina”.

Reiterou dizendo que os investimentos em educação serão compensados a partir de 2021, quando passar a crise. “A gente não quer que os municípios deixem de investir [em educação]. Aquilo que for empenhado em 2020 vai ser cumprido no exercício financeiro dos anos seguintes, incluídos em restos a pagar”, completou.

Segundo o prefeito, uma cláusula transitória poderia ser incluída da discussão sobre o novo pacto federativo, em tramitação no Congresso Nacional. A saber, a FNP representa as capitais dos estados e as cidades que contam com mais de 80 mil habitantes, o que dá cerca de 400 municípios. Essas cidades concentram 60% da população e 75% da atividade econômica.

Outros pedidos dos prefeitos

Além de postergar os investimentos totais obrigatórios em educação, os prefeitos também apresentaram o desejo de suspender o pagamento dos precatórios – as dívidas provenientes de processos judiciais.

“Levantamos a necessidade de debater a suspensão de pagamentos de precatórios, que estão empossados nos tribunais de Justiça, por causa da debilidade financeira das prefeituras. O objetivo é que os municípios médios possam ter novo prazo para cumprir esses precatórios de 2020”, explicou Soares.

Em julho, vale lembrar, a Confederação Nacional dos Municípios (CNM) pediu a aprovação de uma linha de crédito para financiar o pagamento de precatórios municipais.

A medida seria responsável por injetar mais de R$ 40 bilhões na economia brasileira.