Os brasileiros que moram de aluguel receberam uma péssima notícia nesta semana. De acordo com o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR), o preço dos aluguéis residenciais subiu 1,80% em outubro, na comparação com setembro.
Esse é o terceiro avanço nos últimos quatro meses, refletindo o aumento dos preços em 2023. No ano, os brasileiros vêm sofrendo com o encarecimento dos preços dos alugueis na maioria dos meses.
Confira abaixo a variação registrada em todos os meses deste ano:
Com o acréscimo do resultado de outubro, o IVAR passou a acumular uma alta de 7,43% nos últimos 12 meses. Esse percentual ficou bem acima da taxa acumulada nos últimos 12 meses até setembro, de 5,64%, ou seja, os preços do aluguel desaceleraram no mês passado no país, tanto na base mensal quanto no acumulado anual.
A variação observada em outubro aproximou a taxa de 2023 do recorde registrado pela série histórica, que teve início em janeiro de 2019. A saber, o maior valor anual foi observado em outubro do ano passado, quando chegou a 11,56% entre novembro de 2021 e outubro de 2022, variação ainda bem superior à registrada em 12 meses até outubro.
O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV IBRE), responsável pelo levantamento, atualizou os dados na última quinta-feira (5).
Em suma, a alta do IVAR em outubro ocorreu devido à disparada dos preços em Porto Alegre. Dois locais apresentaram elevação em seus preços, enquanto os valores caíram nas outras duas cidades pesquisadas pelo FGV IBRE. Veja abaixo as variações registradas no mês passado:
A título de comparação, os preços haviam caído em três dos quatro locais em setembro. Naquele mês, a única variação positiva foi registrada no Rio de Janeiro (1,08%). Contudo, dessa vez, a capital fluminense apresentou a maior queda entre os locais, caindo da primeira para a última posição.
Segundo os dados, o grande destaque foi Porto Alegre, que havia registrado forte queda de 6,83% dos preços em setembro. Já em outubro, a trajetória reverteu o movimento e disparou mais de 8%, principalmente por causa da fraca base comparativa.
Assim, Porto Alegre apresentou a maior variação entre os meses, de 15,5 pontos percentuais. As variações das demais cidades foram as seguintes: Rio de Janeiro (2,73 p.p.), Belo Horizonte (1,19 p.p.) e São Paulo (0,41 p.p.).
Vale destacar que cada local exerce um impacto único no índice, e São Paulo, por ser a maior economia do país, influencia de maneira mais intensa o indicador. Por isso que o resultado não ficou tão positivo em outubro, apesar da forte alta registrada em Porto Alegre.
Com o acréscimo das variações observadas em outubro, as cidades pesquisadas pelo FGV IBRE passaram a acumular as seguintes variações nos últimos 12 meses:
Em outubro não houve alteração nas posições das capitais. Em síntese, Belo Horizonte continuou registrando a maior alta nos preços dos alugueis residenciais a nível anual, enquanto a menor variação continuou com Porto Alegre, apesar do forte avanço mensal.
Entretanto, desta vez, a variação na capital gaúcha ficou positiva, algo que não aconteceu no mês anterior. Isso quer dizer que os preços do aluguel residencial ficaram mais caros em Porto Alegre, quando comparados aos valores de um ano atrás.
Em resumo, o indicador tem o objetivo de “medir a evolução mensal dos valores de aluguéis residenciais do mercado de imóveis no Brasil“, segundo a FGV.
Para a sua composição, o indicador utiliza “valores de contratos fornecidos por um conjunto de agentes do mercado imobiliário que fazem a intermediação de operações de locação”, conforme explica a Fundação Getulio Vargas.
“O Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (IVAR) mede a evolução mensal dos valores de aluguéis residenciais em quatro das principais capitais brasileiras com base em informações anonimizadas de contratos de locação obtidas pelo FGV IBRE junto a empresas administradoras de imóveis, representando um aprimoramento das estatísticas acerca de aluguéis residenciais do FGV IBRE“, informa a entidade.
A propósito, o levantamento segue um mesmo imóvel ao longo do tempo, abrangendo as características dos diferentes contratos firmados. Isso acontece como “parte da dinâmica natural do mercado”, pois os valores coletados se referem de maneira efetiva aos preços “desembolsados pelos locatários em cada período do tempo”.
Por fim, a FGV IBRE ressalta que essas informações são ideais para o cálculo do IVAR, uma vez que o índice reflete a “evolução dos fundamentos do mercado imobiliário“.