Economia

Preços da construção civil SOBEM levemente em março, revela IBGE

O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) subiu 0,20% em março. Embora a variação tenha sido leve, e muito provavelmente não tenha afetado o bolso dos brasileiros, superou a taxa registrada no mês anterior (0,08%). E isso já é sinal de alerta, pois ninguém quer que os custos do setor acelerem no país.

Com o acréscimo deste resultado, a taxa acumulada nos últimos 12 meses chegou a 9,92%, ficando acima do percentual registrado nos 12 meses imediatamente anteriores (9,06%).

No mês passado, o custo nacional da construção, por metro quadrado, chegou a R$ 1.689,13. Essa taxa superou o valor registrado em fevereiro (R$ 1.685,74), indicando aceleração dos preços do setor no mês.

Em resumo, o valor de R$ 1.002,60 correspondeu aos materiais, enquanto R$ 686,53 se referiu à mão de obra. No primeiro caso, a parcela dos materiais variou 0,07%, ou seja, os preços dos materiais da construção civil ficaram levemente mais caros no país, mesmo que de maneira bem leve.

“No caso dos materiais, captamos, de forma mais significativa e abrangente, desde outubro de 2022, quedas nos insumos do segmento de aço”, informou Augusto Oliveira, gerente do Sinapi.

Vale destacar que a taxa vem seguindo a tendência de estabilidade desde outubro do ano passado. Aliás, ao considerar o índice de março de 2022 (0,48%), houve queda de 0,41 ponto percentual (p.p.).

“Estamos verificando uma estabilidade que vem ocorrendo desde o ano passado. A parcela dos materiais tem sido menos impactada por eventos externos como a pandemia”, disse Oliveira.

Por sua vez, o custo com mão de obra subiu 0,40%, puxando a inflação da construção civil para cima. A variação foi bem mais expressiva que a registrada em fevereiro (0,04%). Já na comparação com março de 2022, os preços tiveram uma forte desaceleração, visto que a taxa havia ficado em 1,75% no país.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo levantamento, divulgou as informações nesta terça-feira (11). 

Região Nordeste tem maior variação em março

Nordeste registrou a maior variação entre as regiões do país em março (0,51%), superando em mais de duas vezes a taxa nacional. Na região, os destaques foram Bahia e Paraíba, onde os custos do setor subiram 1,68% e 0,69%, respectivamente, impulsionando a variação regional.

Aliás, a Bahia teve a maior taxa mensal entre todas as 27 unidades federativas (UFs) no mês passado, e foi a única cuja variação superou 1%. Em outras palavras, os preços da construção civil não subiram de maneira expressiva no mês passado, para alívio dos brasileiros.

A região Sul também teve uma variação superior à média nacional, de 0,43%. Em suma, a taxa regional foi impulsionada pelo Paraná, onde os preços da construção civil subiram 0,79% em março, apesar de se manterem estáveis em Santa Catarina (0,0%).

A inflação da construção civil também variou positivamente no Norte (0,04%), mas ficou abaixo da taxa nacional. Contudo, os preços caíram no Centro-Oeste (-0,02%) e no Sudeste (-0,01%), regiões onde taxas negativas prevaleceram.

Entre as 27 UFs, os preços caíram em dez delas. Em síntese, o maior recuo ocorreu em Pernambuco (-0,32%), seguido por Rio de Janeiro (-0,22%), Pará (-0,17%) e Goiás (-0,16%).

No acumulado de 2023, a inflação da construção civil subiu 0,59%, impulsionada pela região Norte (1,69%), que teve a maior variação no período. As UFs do país que registraram os maiores aumentos dos preços no primeiro trimestre foram Amazonas (2,82%), Amapá (2,00%) e Minas Gerais (1,77%).

Região Sul tem maiores custos médios no mês

O IBGE também revelou que, apesar do maior aumento ter sido registrado no Nordeste, foi no Sul que os custos médios alcançaram o maior patamar, de R$ 1.772,25. Esse valor se refere ao custo da construção, por metro quadrado, definido pelos preços de mão de obra e de materiais.

Em seguida, ficaram as regiões Sudeste (R$ 1.741,96), Centro-Oeste (R$ 1.727,96) e Norte (R$ 1.726,36), com todas elas superando a taxa nacional, de R$ 1.689,13. Apenas o Nordeste teve custos inferiores a esse patamar, de R$ 1.569,86.

Confira abaixo os maiores valores registrados pelas UFs em março:

  • Santa Catarina: R$ 1.906,27
  • Rio de Janeiro: R$ 1.836,58
  • Acre: R$ 1.814,78
  • São Paulo: R$ 1.782,86
  • Roraima: R$ 1.776,70
  • Mato Grosso: R$ 1.772,09
  • Rondônia: R$ 1.771,99
  • Distrito Federal: R$ 1.764,12
  • Tocantins: R$ 1.763,67
  • Paraná: R$ 1.754,70

Por fim, o Sinapi foi criado para produzir informações de custos e índices de maneira sistematizada e com abrangência nacional. Dessa forma, o IBGE possibilitou a elaboração e avaliação de orçamentos da construção civil, bem como acompanhar os custos do setor, informando a população sobre estas variações.