Economia

Preços da construção civil SOBEM 8,05% em 12 meses no país

Os brasileiros que buscaram materiais ou serviços de construção nos últimos meses tiveram que pagar um pouco mais caro no Brasil. Isso porque, os preços do setor da construção civil dispararam, pressionando a renda dos cidadãos.

O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) subiu 0,27% em abril. Embora a variação tenha sido leve, superou a taxa registrada em março (0,20%). Isso já é sinal de alerta, pois ninguém quer que os custos do setor acelerem no país.

Com o acréscimo deste resultado, os preços da construção civil acumularam uma forte alta de 8,05% nos últimos 12 meses até abril. Todavia, a taxa ficou abaixo do percentual registrado nos 12 meses imediatamente anteriores (9,06%), aliviando um pouco o bolso dos consumidores.

No mês passado, o custo nacional da construção, por metro quadrado, chegou a R$ 1.693,67. Essa taxa superou levemente o valor registrado em março (R$ 1.689,13), indicando aceleração dos preços do setor no mês.

Preços dos materiais sobem pouco

Em resumo, o valor de R$ 1.006,82 correspondeu aos materiais, enquanto R$ 686,85 se referiu à mão de obra. No primeiro caso, a parcela dos materiais variou 0,42%, ou seja, os preços dos materiais da construção civil ficaram um pouco mais caros no país, mas de maneira bem leve.

Os materiais não estão registrando altas tão grandes quanto as de 2020 e 2021 e, com isso, os indicadores acumulados estão ficando em patamares mais próximos a anos pré-pandemia“, explicou Augusto Oliveira, gerente do Sinapi.

Alguns itens da parcela de materiais vêm apresentando reajustes menores e outros até tiveram deflação em alguns estados, como é o caso do aço“, acrescentou o pesquisador.

Por sua vez, o custo com mão de obra subiu 0,05% em abril. A variação foi bem menor que a registrada em março (0,40%), ficando próxima da estabilidade. Já na comparação com abril de 2022, os preços tiveram uma forte desaceleração, visto que a taxa havia subido 1,86% no país.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo levantamento, divulgou as informações na semana. 

Região Nordeste tem maior variação em abril

Nordeste registrou a maior variação entre as regiões do país em março (0,52%), superando em quase duas vezes a taxa nacional. Na região, os destaques foram Sergipe e Pernambuco, onde os custos do setor subiram 2,33% e 0,94%, respectivamente, impulsionando a variação regional.

Aliás, Sergipe teve a maior taxa mensal entre todas as 27 unidades federativas (UF) no mês passado, e foi a única cuja variação superou 1,00%. Em outras palavras, os preços da construção civil não subiram de maneira expressiva na maior parte do país em abril, para alívio dos brasileiros.

A região Sul também teve uma variação superior à média nacional, de 0,47%. Em suma, as variações oscilaram entre 0,37%, no Rio Grande do Sul, e 0,53%, em Santa Catarina.

A inflação da construção civil também variou positivamente no Sudeste (0,12%) e no Norte (0,07%), mas ficaram abaixo da taxa nacional. Por outro lado, os preços caíram 0,09% no Centro-Oeste, região onde taxas negativas prevaleceram.

Entre as 27 UF, os preços caíram em apenas sete delas. Em síntese, o maior recuo ocorreu em Goiás (-0,35%), mas as demais quedas foram bem tímidas, ficando próximas de -0,10%.

No acumulado de 2023, a inflação da construção civil subiu 0,86%, impulsionada pela região Norte (1,76%), que teve a maior variação no período. As UF do país que registraram os maiores aumentos dos preços nos quatro primeiros meses deste ano foram Sergipe (3,19%), Amazonas (2,96%), Amapá (2,13%), Bahia (2,08%) e Tocantins (2,06%).

Região Sul tem maiores custos médios no mês

O IBGE também revelou que, apesar do maior aumento ter sido registrado no Nordeste, foi o Sul que teve custos médios mais elevados do país, de R$ 1.780,65. Esse valor se refere ao custo da construção, por metro quadrado, definido pelos preços de mão de obra e de materiais.

Em seguida, ficaram as regiões Sudeste (R$ 1.744,00), Norte (R$ 1.727,61) e Centro-Oeste (R$ 1.726,32), com todas elas superando a taxa nacional, de R$ 1.693,67. Apenas o Nordeste teve custos inferiores a esse patamar, de R$ 1.577,97.

Confira abaixo os maiores valores registrados pelas UF em abril:

  • Santa Catarina: R$ 1.916,43;
  • Rio de Janeiro: R$ 1.841,40;
  • Acre: R$ 1.817,24;
  • Roraima: R$ 1.789,77;
  • São Paulo: R$ 1.785,80;
  • Mato Grosso: R$ 1.774,51;
  • Tocantins: R$ 1.773,84;
  • Rondônia: R$ 1.770,63;
  • Paraná: R$ 1.763,41;
  • Distrito Federal: R$ 1.762,67.

Por fim, o Sinapi foi criado para produzir informações de custos e índices de maneira sistematizada e com abrangência nacional. Dessa forma, o IBGE possibilitou a elaboração e avaliação de orçamentos da construção civil, bem como acompanhar os custos do setor, informando a população sobre estas variações.