Os brasileiros que alugaram imóveis residenciais em 2023 devem ter sentido o aumento dos valores destas locações. De acordo com o Índice FipeZAP, o preço médio do aluguel de imóveis residenciais disparou 14,05% entre janeiro e outubro deste ano.
Apesar do avanço expressivo, a variação do valor da locação de imóveis é menor que a registrada nos últimos 12 meses (15,96%), que incluem novembro e dezembro de 2022.
Por outro lado, o avanço acumulado nos dez primeiros meses deste ano superou em 3,75 vezes a inflação oficial do país no período. Além disso, a taxa também ficou bem mais elevada que o índice conhecido como “inflação do aluguel“.
Em síntese, o Índice FipeZAP analisa o comportamento do mercado imobiliário em 11 capitais e 14 cidades brasileiras. Dessa forma, a Fipe divulga uma média de variação mensal dos preços, baseando-se em anúncios imobiliários publicados na internet.
O desempenho nos preços do aluguel de imóveis residenciais vem apresentando um desempenho bastante peculiar em 2023. Embora a inflação tenha perdido força no país no decorrer do ano, isso não aconteceu no setor de locação de imóveis. E as pessoas que alugaram um imóvel residencial neste ano não tiveram muito o que comemorar.
A título de comparação, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 3,75% entre janeiro e outubro de 2023. Em resumo, o indicador estourou pela segunda vez a meta inflacionária em 2022, mas vem se mantendo dentro da meta neste ano. Aliás, o IPCA é considerado a inflação oficial do Brasil.
Da mesma forma, o aumento nos preços do aluguel de imóveis residenciais também superou significativamente a taxa registrada pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M). Inclusive, o indicador acumulou uma queda de 4,46% nos dez primeiros meses de 2023, ou seja, os preços analisados caíram no mês. A propósito, o IGP-M é considerado a “inflação do aluguel”.
Todos estes dados mostram que os proprietários de imóveis residenciais vêm aumentando de maneira exagerada o valor da locação de imóveis neste ano. Não houve grandes motivos para que isso acontecesse, mas os valores dispararam até outubro.
De acordo com o levantamento, a inflação medida pelo Índice FipeZAP subiu em todas as 11 capitais pesquisadas em 2023. Alguns locais tiveram variações bastante expressivas, próximas a 30%.
Confira abaixo a variação acumulada pelas 11 capitais pesquisadas:
Já entre as demais cidades pesquisadas pelo indicador, as variações foram bem menos expressivas, no geral. Confira abaixo o comportamento dos preços de alugueis residenciais em cada uma das cidades pesquisadas:
Em outubro deste ano, o preço médio do metro quadrado dos novos contratos de aluguéis chegou a R$ 41,79. Por exemplo, ao considerar esse valor como uma base, o aluguel de um apartamento de 50 metros quadrados custaria, em média, R$ 2.089,50.
Embora esse valor seja bastante elevado, o montante nem se aproxima dos valores de Barueri (SP), cidade mais cara da lista. Em suma, o valor mensal de locação de um imóvel de 50 metros custou, aproximadamente, R$ 2.823,50 na cidade em outubro deste ano.
Ao considerar apenas as capitais pesquisadas pela Fipe, São Paulo lidera o ranking nacional. Aliás, veja abaixo os valores mais elevados entre as capitais:
Estas quatro cidades foram as únicas a apresentarem valores superiores à média nacional. Por outro lado, as sete capitais pesquisadas restantes tiveram valores inferiores ao nacional.
Vale destacar o valor registrado em Fortaleza (CE), de R$ 28,03, foi o menor entre as capitais. Entre todas as 25 cidades pesquisadas, apenas cinco delas tiveram valores inferiores a marca da capital cearense, com destaque para Pelotas (RS), de R$ 17,84.
Por fim, a Fipe também divulgou o Índice FipeZAP+ sobre a variação dos preços de venda de imóveis residenciais. Entre janeiro e outubro, os preços dos imóveis ficaram 4,43% mais caros no Brasil. A saber, este índice analisa o comportamento do mercado imobiliário em 50 cidades do Brasil, e não apenas em 25 delas.