Economia

Preço da carne segue caindo, segundo novo relatório divulgado

Se você é daquelas pessoas que gosta de organizar um churrasco para familiares e amigos, temos uma boa notícia para você. O preço da carne bovina está caindo ao longo do ano. Esta redução já é de 30% em comparação com janeiro de 2023. Os dados são do Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), divulgados nesta terça-feira (12).

De todo modo, mesmo que a queda esteja sendo registrada, os números mostram que o preço vem caindo com mais força no campo, e com menos força no mercado. Assim, é possível dizer que na prática, a grande maioria dos consumidores do país não estão recebendo toda a queda na prateleira.

No campo a redução é notadamente maior. Neste caso, o preço da carne é definido pela arroba, que equivale a 15 quilos do peso do animal. Em janeiro deste ano, a arroba estava custando uma média de R$ 286,85. Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq – USP) mostram que em setembro, este valor médio estava em R$ 206,24.

O tipo da carne

Vale lembrar que o preço da carne costuma variar de acordo com a parte do animal. Dados oficiais apontam que o contrafilé e o patino, por exemplo, estão cerca de 10% mais em conta em comparação com os números de janeiro deste ano. Já a picanha, está cerca de 6% mais barata quando se compara com o mês de agosto do ano passado.

Preço da carne vermelha segue caindo no Brasil. Imagem: Marcello Casal Jr/ Agência Brasil

Por que a redução não está sendo totalmente repassada?

Mas afinal de contas, por que a redução indicada no campo não está sendo totalmente repassada para o consumidor no mercado? De acordo com a Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS), é preciso considerar também uma série de outros custos como logística, energia, armazenagem, exposição nas lojas e até mesmo a demanda da carne bovina no mercado estrangeiro.

“A redução dos preços tende a ocorrer de forma gradual, a depender do contrato firmado entre a empresa supermercadista e a indústria/frigorífico”, diz a Abras.

Inflação além da carne

Nesta terça-feira (12), o indicador do IPCA apontou que a inflação oficial do país fechou o mês de agosto com uma alta de 0,23%. Pode-se dizer que estamos falando de um cenário de aceleração, já que em julho o país registrou uma inflação de 0,12%. Os dados foram confirmados e divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No ano de 2023, o IPCA acumula um alta de 3,23%. Já nos últimos 12 meses, há uma alta de 4,61%, acima dos 3,99% que foram observados nos 12 meses imediatamente anteriores.

“O aumento na energia elétrica foi influenciado, principalmente, pelo fim da incorporação do bônus de Itaipu, referente a um saldo positivo na conta de comercialização de energia elétrica de Itaipu em 2022, que foi incorporado nas contas de luz de todos os consumidores do Sistema Interligado Nacional em julho e que não está mais presente em agosto”, explica o gerente do IPCA/INPC, André Almeida.

Mesmo que os números pareçam negativos em um primeiro momento. O fato é que os novos dados da inflação divulgados pelo IBGE revelam uma situação um pouco melhor do que a apontada pelo mercado. A expectativa deste setor era de que a inflação registraria uma alta de 0,29% em agosto e uma aceleração de 4,6% no acumulado dos últimos 12 meses.

Por que dados são importantes

Como a inflação foi menor do que a esperada pelo mercado financeiro, o impacto mais direto pode acontecer na taxa Selic, que está registrada atualmente em 13,25% ao ano, segundo a mais recente decisão do Banco Central (BC). Recentemente, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu aplicar esta taxa com uma redução de 0,5 ponto.

Com a nova indicação de inflação menor do que esperada, é possível que o ciclo de cortes siga acontecendo nos próximos meses. Há quem aposte que a taxa Selic vai fechar o ano na casa dos 11%. Para a vida do trabalhador, isso significa juros menores e mais poder de compra, inclusive da compra da carne, que também está mais barata.