Segundo dados da Economatica, as pessoas que mantiveram seu dinheiro na poupança nos últimos 12 meses perderam seu poder de compra. Os rendimentos da poupança descontado o valor da inflação acabaram resultando em uma perda de 4,16%.
Importante dizer que o período de análise teve início em 31 de março de 2020 e seguiu até o dia 31 de março de 2021. Além disso, o mês de março representou o sétimo mês seguido com perda real de compra do valor da poupança.
O Ibovespa, principal índice relacionado às ações brasileiras, teve um desempenho real de aproximadamente 50% no mesmo período, já considerando os descontos da inflação. O euro e o ouro renderam um poder de compra de 10% e o CDI, que tem importante relação com os ativos de renda fixa, teve uma perda de 3,65%.
Com a queda dos juros no Brasil, chegando ao menor patamar da história brasileira, em 2%, número que permaneceu durante alguns meses em 2020 e 2021, a renda fixa e a poupança tiveram cada vez menos rentabilidade.
No entanto, a inflação deu passos largos em direção ao crescimento, fazendo com que a rentabilidade da poupança não igualasse com aumento dos preços de produtos e serviços no Brasil. As últimas 7 variações do IPCA mensais foram:
Nos últimos 12 meses, o IPCA teve uma alta acumulada de 6,10%, enquanto que a poupança, nesse mesmo período, não contrabalanceou, pelo contrário, acabou na prática ficando negativa. Portanto, o consumidor que decidiu deixar dinheiro na poupança nesse período acabou perdendo dinheiro.
A poupança e a renda fixa sempre foram, historicamente, sinônimo de investimento no Brasil, em que a cultura do rentismo acabou ficando bastante popular. Mas os tempos mudaram, e se o seu objetivo for a rentabilidade, a poupança não é mais uma alternativa viável.
Apesar disso, não estamos incentivando aqui que se retire o dinheiro da poupança ou de qualquer ativo de renda fixa. Pelo contrário, é importante que o leitor possa avaliar cada uma das alternativas disponíveis, colocar partes do seu dinheiro em diferentes lugares, de modo que cada um atenda a algum objetivo próprio.
Os objetivos de um indivíduo nas finanças são diversos, mas os 3 pilares fundamentais que se avaliam em cada um dos investimentos é a rentabilidade, a segurança e a liquidez. Dessa forma em que se deseja construir uma reserva de emergência, por exemplo, é essencial que se possa tirar o dinheiro quando for necessário.
Por outro lado em investimentos mais arrojados e arriscados, como comprar ações, o objetivo é uma maior possibilidade de rentabilidade. Porém é preciso cuidado, os riscos nesse tipo de investimento são maiores, e é possível até mesmo perder dinheiro. Em suma os investimentos ideais estão em constantes mudanças, já que variam conforme o cenário econômico e político, além do seu próprio perfil de investidor.