No pós-pandemia, o ensino híbrido é o que tem sido mais cotado para proporcionar segurança para a sociedade de modo geral. Alunos teriam a chance de estudar em casa parte do tempo e também cumprir um cronograma de aulas presenciais, mas em regime escalonado.
Apesar de já ser um modelo de aulas utilizado no mundo todo, é pouco adotado ainda. Com a necessidade de tomar medidas sanitárias, como distanciamento social, trazida pela pandemia de coronavírus, especialistas avaliam que o ensino híbrido será amplamente aplicado.
Escolas de ensino básico e faculdades podem implementar essa metodologia. Mas para isso é preciso haver recursos. No caso das instituições públicas, por exemplo, para que esse sistema seja eficaz, será preciso ampliar o acesso de tecnologias por seus alunos.
Afinal, mais da metade dos estudantes de escolas públicas não têm condições de acessar suas aulas pela internet, pelo menos todos os dias. Há aqueles também que não possuem celular, tablet ou computador. Nesse sentido, sob a ótica do ensino público, o ensino híbrido torna-se necessário, mas um verdadeiro desafio.
Apesar dos obstáculos vivenciados no Brasil, é preciso trazer à tona o debate sobre as vantagens do ensino híbrido para aprofundar a aprendizagem dos estudantes e melhorar os resultados obtidos pelos educadores. Além disso, trata-se de um método que reduz custos para ambos os lados.
Em um país onde a cultura de ensino presencial é mais estabelecida e tradicional, pode ser desafiante implementar algo como o ensino híbrido.
Lembrando que esse método consiste em distribuir as aulas online e presenciais durante a semana. É algo que garante mais leveza ao aprendizado, mas demanda atenção da hora de aplicar.
Para as instituições que se interessam nesses moldes de aprendizagem, vale pensar em quesitos fundamentais a serem trabalhados. Selecionamos algumas sugestões.
Antes de encher a sala de aula de aparatos tecnológicos, é preciso delimitar metas de ensino. Onde se quer chegar? Qual é a estratégia para o aprendizado dos alunos em casa? E nas aulas presenciais?
Depois disso, é hora de pensar em quais tecnologias seriam mais coerentes para as metas propostas. Como elas poderão de fato ajudar?
Pode ser necessário o uso de mais de uma tecnologia, dependendo do objetivo. Não se esqueça de sempre por à frente as necessidades dos alunos, que possuem características de aprendizado individuais.
Adotar o ensino híbrido significa modificar a ‘aura’ da instituição. Por isso, é importante que a escola ou faculdade busque modificar sua estrutura, remodelando o layout, a decoração, a forma de receber os alunos e de passar os conteúdos.
Motive todos do ambiente escolar, incluindo alunos, para pensar em uma proposta de transformação das salas e dos espaços em geral. Ou seja, não basta só praticar o ensino híbrido, com aulas online e físicas, mas também trazer esse conceito de verdade para a rotina da escola.
Muitos especialistas em ensino híbrido alertam sobre o fato de que alunos e professores podem demorar a se adequar. Por isso, é importante que a escola trabalhe com todos a criação de uma conscientização sobre os valores desse novo método, as vantagens que podem ser vistas a curto, médio e longo prazo, e o porquê de estar sendo adotado agora.
Alunos também precisam entender que nesse novo sistema a tecnologia será uma aliada. Portanto, deve-se tirar o estigma, aos poucos, de que os gadgets, como celulares, são vilões do aprendizado. E sim embutir o pensamento de que podem ser usados para aprofundar conhecimentos, tanto em casa quanto na escola, mas sempre de forma responsável.
Uma das caraterísticas do ensino híbrido é a autonomia para aprender. Com a possibilidade de estudar metade do tempo em casa, os alunos precisarão buscar respostas sozinhos para muitas das atividades e ficar instigados a criar teorias e estudar conceitos. Toda essa autonomia, então, será levada para a sala de aula. Mas isso se os professores souberem como propor isso a eles.
Esse método também permite que o conteúdo programático seja diferenciado, com desafios maiores e que saiam do ‘script’. Não é preciso mudar o currículo. Mas sim adicionar formas de cobrar as disciplinas e de levar determinadas matérias para sala de aula.
Também é possível incentivar a elaboração de projetos para se fazer em casa que demandam um nível maior de pesquisa.
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