As orações subordinadas são aquelas que exercem uma função sintática em relação à oração principal.
A gramática da língua portuguesa estabelece dois tipos de períodos – o período composto por coordenação e o período composto por subordinação. Este é formado por duas ou mais orações, sendo uma a principal e a outra subordinada porque é dependente sintaticamente dela. Já primeiro, é formado apenas por orações independentes e, consequentemente, sem dependência sintática.
A oração independente sintaticamente, normalmente, tem sentido e constitui-se em um texto. Leia e perceba essa ideia na oração abaixo:
O sol brilhou.
Então, a oração “O sol brilhou” tem sentido próprio e, logo, é independente. Agora, se essa oração for inserida em uma camada gramatical inferior em relação à outra oração não será mais independente. Veja:
As crianças saíram quando o sol brilhou.
Observe que escrita dessa forma, a oração apresenta a seguinte estrutura sintática:
Oração principal = As crianças saíram
Oração subordinada = quando o sol brilhou
A oração “quando o sol brilhou” tem uma relação de dependência e exerce uma função sintática em relação à oração principal.
Dessa forma, a oração independente “O sol brilhou” transportou-se do nível sintático de independência para exercer, nesse caso, a função sintática de oração subordinada adverbial temporal. Visto que, tem valor de advérbio e exprime o aspecto circunstancial de “tempo” em relação ao núcleo verbal “saíram” da oração principal.
A marca para o reconhecimento da subordinação da oração “quando o sol brilhou”, que passou a funcionar como membro dependente da oração principal, é o “quando” que a introduziu. O “quando” trata-se de uma conjunção subordinativa temporal.
Portanto, as orações subordinadas serão gramaticalmente classificadas conforme a função sintática – se são termos essenciais, integrantes ou acessórios, que exercerem em relação à oração principal.
E as funções sintáticas que as orações subordinadas podem exercer são as seguinte: sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo do sujeito, aposto, complemento nominal, adjunto adnominal e adjunto adverbial.
Logo, as orações subordinadas têm valor de substantivos, adjetivos e advérbios. E, justamente por isso são classificadas como orações subordinadas substantivas, orações subordinadas adjetivas e orações subordinadas adverbiais.
As orações subordinadas apresentam especificidades gramaticais dentro das unidades sintáticas.
As orações subordinadas substantivas têm valor de substantivo e exercem a função sintática de sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo do sujeito, complemento nominal ou aposto em relação à oração principal.
As orações subordinadas substantivas são, geralmente, iniciadas com conjunções subordinativas “que” e “se”. O “que” emprega-se quando o verbo exprime certeza e o “se” quando o verbo exprime dúvida. E também, alguns casos, iniciadas por pronome ou advérbio interrogativo ou exclamativo.
Leia abaixo nos exemplos os tipos das orações subordinadas, conforme sua função sintática:
subjetiva: são orações que exercem a função de sujeito em relação à oração principal.
Exemplo 1: Consta que as faturas do cartão de crédito já foram pagas.
objetiva direta: são orações que exercem a função de objeto direto do núcleo verbal da oração principal.
Exemplo 2: Achamos que o senhor deve trabalhar pela tarde.
objetiva indireta: são orações que exercem a função de objeto indireto do núcleo verbal da oração principal.
Exemplo 3: Convenceu-a de que o amor é eterno.
predicativa: são orações que exercem a função de predicativo do sujeito da oração principal.
Exemplo 4: A verdade é que todas foram reprovadas.
completiva nominal: são orações que exercem a função de complemento nominal em relação à oração principal.
Exemplo 5: Estava certa de que ele era culpado.
apositiva: são orações que exercem a função sintática de aposto em relação à oração principal.
Exemplo 6: Dei-lhe um conselho: (que) siga seu rumo na vida.
Como o próprio nome já sugere, as orações subordinadas adjetivas têm valor de adjetivo em relação à oração principal e, consequentemente, determina o substantivo antecedente.
As orações subordinadas adjetivas apresentam valores semânticos diferentes. E para entender melhor esses valores vamos simular uma situação comunicativa de uma reunião de professores. A coordenadora pedagógica diz:
– Nesse currículo escolar, se todos concordarem, vamos adotar um novo projeto pedagógico. Os alunos que têm dificuldade com matemática terão aulas extras.
A segunda frase dita pela coordenadora pedagógica tem a seguinte estrutura sintática:
oração principal = Os alunos
oração subordinada adjetiva = que têm dificuldade com matemática
oração principal = terão aulas extras
Na fala 1, quem “terá aulas extras”? O objetivo da coordenadora pedagógica é planejar aulas extras somente para uma parte dos alunos. Nesse caso, aqueles que têm dificuldade com matemática.
A mesma frase dita pela coordenadora pedagógica foi reescrita de outra forma e, agora, entre vírgulas. Veja:
Os alunos, que têm dificuldade com matemática, terão aulas extras.
Observe que, com a fala 2 escrita dessa forma, o objetivo da coordenadora pedagógica mudou. Isso porque, quem “terá aulas extras” agora serão todos os alunos.
Em ambos os casos têm-se orações subordinadas adjetivas com valor de adjetivo e que modificam o substantivo “alunos”.
Entretanto, a fala 1 é uma oração subordinada adjetiva restritiva porque particulariza o sentido do substantivo. E na fala 2 é uma oração subordinada adjetiva explicativa porque universaliza o sentido do substantivo.
Assim sendo, as orações subordinadas adjetivas classificam-se em:
As orações subordinadas adverbiais têm valor de advérbio ou de locução adverbial e exercem a função sintática de adjunto adverbial em relação ao núcleo verbal da oração verbal.
As orações adverbiais expressam várias circunstâncias diante da oração principal e, por isso, são classificadas como:
causais: orações que expressam a circunstância de causa de algo apresentado na oração principal e são iniciadas com conjunções subordinativas causais.
Exemplo 1: Não compareceu à reunião de funcionários porque viajou.
consecutivas: orações que expressam a circunstância de consequência de algo apresentado na oração principal e são iniciadas por conjunções subordinativas consecutivas.
Exemplo 2: Trabalhou muito que adoeceu.
conformativas: orações que expressam a circunstância de conformidade entre algo apresentado nelas e na oração principal, e são iniciadas com conjunções subordinativas conformativas.
Exemplo 3: Conforme prometeu, pagará a fatura ainda hoje.
concessivas: orações que expressam a circunstância de concessão de algo apresentado na oração e são iniciadas com conjunções subordinativas concessivas.
Exemplo 4: Amanda não percebeu nada, embora estivesse atenta.
comparativas: orações que expressam a circunstância de comparação de algo apresentado na oração principal e são iniciadas com conjunções subordinativas comparativas.
Exemplo 5: Paula trabalha como uma condenada.
condicionais: orações que expressam a circunstância de condição de algo apresentado na oração principal e são iniciadas com conjunções subordinativas condicionais.
Exemplo 6: Iremos ao zoológico hoje, se não chover.
finais: orações que expressam a circunstância de finalidade de algo apresentado na oração principal e são iniciadas com conjunções subordinativas finais.
Exemplo 7: Rafael tentou de tudo para que sua filha estudasse na Europa.
proporcionais: orações que expressam a circunstância de proporção de algo apresentado na oração principal e são iniciadas com conjunções subordinativas proporcionais.
Exemplo 8: Á medida que se aproximava o dia da prova final, a tensão de Júlia aumentava.
temporais: orações que expressam a circunstância de tempo de algo apresentado na oração principal e são iniciadas com conjunções subordinativas temporais.
Exemplo 9: Fico feliz sempre que viajo para os Estados Unidos.