Os garis da cidade de São Paulo decidiram parar as atividades trabalhistas nesta terça-feira (8). Eles estão reivindicando o direito de ter prioridade no processo de vacinação contra a Covid-19. Enquanto isso não acontece, eles prometem não retomar os trabalhos.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Prestação de Serviços de Asseio e Conservação e Limpeza Urbana de São Paulo (Siemaco-SP), esses trabalhadores irão parar de varrer as ruas da capital paulista. Além disso, eles irão parar de recolher os lixos.
A ideia é única e exclusivamente pressionando as esferas de Governo para a necessidade de vacinar essa parcela da população. O foco, no entanto, é fazer a pressão maior na Prefeitura da cidade, que é responsável por esses trabalhadores.
Até por isso, eles estão planejando realizar uma série de protestos na frente da sede da Prefeitura da cidade. Esses trabalhadores alegam que estão precisando se vacinar porque estão trabalhando diariamente nas ruas da cidade em contato com milhares de pessoas.
O Prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) disse que confirma a realização da greve. No entanto, em entrevista ainda na manhã desta quarta (8) ele criticou os trabalhadores pela falta de aviso. De acordo com ele, isso impediu que a Prefeitura planejasse um serviço para substituir esses trabalhadores.
“A gente teve confirmação hoje, às 6h, da greve desse setor que faz coleta, o que é muito preocupante, porque imagine se toda categoria fizer greve por vacina. Não houve comunicação como determina a legislação, com 72 horas de antecedência. Estamos dialogando e esperamos que o serviço seja retomado durante o dia”, disse Nunes,.
Nessa mesma entrevista, o Prefeito de São Paulo disse que os garis estão na fase de prioridade do Plano Nacional de Imunização (PNI). No entanto, ainda de acordo com o gestor, eles estão demorando para receber as doses por uma questão de atraso na entrega desse material.
Nesse sentido, ele colocou a culpa no Governo Federal. De acordo com o Prefeito, o Ministério da Saúde não estaria entregando as doses no período certo. Seria portanto por isso que os garis não teriam recebido a primeira dose da vacinação contra a Covid-19 ainda.
“No começo do ano, o Bruno Covas fez uma carta de intenção para a compra de vacinas da Pfizer, Janssen e AstraZeneca, mas não temos comprado porque esses fabricantes querem vender para o Ministério da Saúde antes de vender para São Paulo. Se amanhã tiver vacina disponível, a gente compra”, disse o novo gestor.
Um dos principais pontos de crítica para esses trabalhadores é o fato de que outras categorias ameaçaram fazer uma greve e conseguiram se vacinar. Foi o caso, por exemplo, dos metroviários. Além deles, isso também aconteceu com os motoristas de caminhão.
No entanto, os garis seguem tentando receber as suas doses também. O Ministério da Saúde não respondeu essas críticas do Prefeito de São Paulo. No entanto, o Ministro Marcelo Queiroga vem afirmando que vai conseguir acelerar o processo de vacinação nas próximas semanas.
O Brasil acabou de ultrapassar a marca dos 470 mil mortos por causa da pandemia. É portanto um dos países que mais sofrem com a doença. Pelo menos é isso o que os números oficiais dizem.