A discussão envolvendo a prorrogação ou não do Auxílio Emergencial está ganhando um outro nível dentro do Palácio do Planalto. De acordo com informações da imprensa que circulam nesta segunda-feira (18), alguns parlamentares do Congresso Nacional querem a saída do Ministro da Economia, Paulo Guedes.
Mas não seria uma saída dessas conversas, seria uma demissão do cargo de Ministro. Tudo porque ele está se opondo a uma prorrogação do Auxílio Emergencial por mais tempo. Há dentro do Congresso Nacional a ideia de que ele pode atrasar a liberação de dinheiro do Governo Federal em pleno ano de eleições presidenciais.
Em entrevista recente, Guedes chegou a dizer que o Palácio do Planalto não poderia gastar muito nas eleições. De acordo com o Ministro, se o Governo fizer isso pode acabar perdendo votos e não ganhando. O problema, no entanto, é que aliados de Bolsonaro no Congresso estão longe de pensar assim também.
De acordo com informações de bastidores, esses parlamentares estão temendo que uma baixa liberação de recursos possa prejudicar não apenas Bolsonaro como também eles mesmos no próximo ano. Eles defendem que o Governo pague, por exemplo, um valor mais alto no novo Bolsa Família.
Em entrevista nesta semana, o Ministro da Cidadania, João Roma, disse que o mais provável é que o Auxílio Brasil pague parcelas médias de R$ 300. Para vários membros do Centrão isso seria pouco. Por isso eles estão pressionando pela queda de Guedes. Assim, eles acreditam que o caminho para os aumentos ficaria livre.
Vale lembrar que ainda não há nada oficial sobre isso. Pelo contrário. De acordo com as últimas declarações do Presidente Jair Bolsonaro, o Ministro da Economia, Paulo Guedes continua sendo um aliado e não vai ser trocado.
Então o mais provável é que o Governo Federal siga com o Ministro até o final desse primeiro mandato de Bolsonaro, pelo menos. E mesmo que ele saia, membros do poder executivo acreditam que a preocupação com o lado fiscal vai continuar.
Mesmo que Guedes não saia, isso não quer dizer que vai acontecer uma pacificação dentro do Palácio do Planalto. Neste momento, é provável que o Governo Federal siga registrando grandes discussões sobre esses benefícios.
Até aqui, o que se sabe sobre esses projetos é que o Auxílio Emergencial e o Bolsa Família deverão chegar ao fim ao mesmo tempo no final desse mês de outubro. No lugar dos dois, vai entrar em cena um novo programa social.
Trata-se portanto do Auxílio Brasil. De acordo com o próprio Ministro da Cidadania, João Roma, a ideia é subir os valores médios dos pagamentos do programa dos atuais R$ 189 para cerca de R$ 300 já a partir de novembro.
Além disso, eles também querem aumentar a quantidade de usuários do programa. Hoje, ainda de acordo com o Ministério, o benefício chega a casa de cerca de 14 milhões de pessoas. A partir de novembro, esse número deve saltar para 17 milhões de brasileiros.