PSDB encontra em Ciro Gomes alternativa presidencial para 2022

Terceiro colocado nas últimas eleições presidenciais com pouco mais de 13 milhões de votos, Ciro Gomes pode ser a grande aposta do PSDB para uma aliança na próxima corrida eleitoral.

O jornalista político Kennedy Alencar, através da sua coluna no portal UOL, reportou que uma ala dos tucanos segue se posicionando firmemente contra a candidatura do governador de São Paulo, João Dória, à presidência.

Segundo ele, parte substancial dos componentes do PSBD estaria apostando em uma chapa integrada por Ciro Gomes (PDT) e Eduardo Leite (PSDB).

O ex-prefeito de Fortaleza, ex-governador do Ceará e ex-ministro da Fazenda seria o cabeça de chapa, enquanto o atual governador do Rio Grande do Sul concorreria ao cargo de vice-presidente.

Fator Ciro Gomes

Tido por muitos como o principal nome progressista do antipetismo, Ciro Gomes ajudou a fundar o PSDB, partido construído por intelectuais e políticos com uma proposta social democrata.

Filiado ao partido entre os anos de 1990 e 1997, Ciro passou a ser um crítico ferrenho do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e acabou se desvinculando das lideranças tucanas.

Kennedy Alencar explica que essa tentativa de reaproximação de parte dos psdbistas com o ex-governador do Ceará ganhou força após a retomada dos direitos políticos do ex-presidente Lula.

Essa ala entende que o político do PDT seria, portanto, um nome mais forte para enfrentar Jair Bolsonaro e o líder petista, caso ele de fato esteja elegível em 2022.

Candidaturas enfraquecidas

O PSDB marcou para o dia 17 de outubro de 2021 as prévias para a escolha de seu candidato à presidência em 2022.

Até o momento, três nomes estão no páreo: os governadores João Doria (SP) e Eduardo Leite (RS) e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio.

Apesar desse processo interno ter sido anunciado, líderes tucanos dão cada vez mais indícios de que o partido pode abrir mão de um candidato próprio em nome de uma candidatura de união nacional.

O projeto presidencial de Luciano Huck, por exemplo, já entusiasmou mais setores do PSDB e foi totalmente enfraquecido com a reinserção de Lula no cenário eleitoral.

Aval de FHC

Fernando Henrique Cardoso, que segue desempenhando papel fundamental na liderança do partido, não fecha as portas para que um novo nome surja como alternativa a um cenário polarizado.

“Eu gostaria mesmo que não fosse nem Bolsonaro, nem Lula. Se eu puder, vou trabalhar nessa direção: ter um candidato de qualquer partido do centro que expresse sentimento positivo. Não pode ser um centro morto, tem que ser um centro que tenha lado”, afirmou o ex-presidente em entrevista ao portal UOL.

Entretanto, desde que o ex-presidente Lula recuperou seus direitos políticos com a decisão do ministro Edson Fachin, que anulou as sentenças contra ele na Lava Jato, os prognósticos sobre 2022 mudaram completamente.

O ex-presidente FHC já adotou, inclusive, o discurso do voto útil no PT, caso o segundo turno das próximas eleições seja protagonizado por um candidato do Partido dos Trabalhadores e o atual Presidente Jair Bolsonaro:

“Se houver, espero que não haja, essa dicotomia ou Haddad ou Bolsonaro, ou alguém do PT, lógico, que seja razoável, ou Bolsonaro, votaria contra o Bolsonaro”.

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