Em campanha, Ciro Gomes critica aumento da informalidade

Durante evento político no Espírito Santo, candidato do PDT criticou o aumento da informalidade no país apontado pelo IBGE

Os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na última semana, seguem pautando o debate político no país. As pesquisas apontam para um raio-x dos trabalhadores brasileiros. Um dos pontos parece ter chamado a atenção do candidato Ciro Gomes (PDT). Ele criticou o aumento da informalidade no país.

“A gente não pode deixar a elite brasileira trocar no nosso peito o coração por uma pedra. Hoje 50 milhões de brasileiros estão vivendo de bico. Sabe o que é isso? É uma semana de trabalho sem o dia remunerado de descanso para ir ao templo orar ou para a igreja rezar. É não ter férias, tirar de sol a sol de janeiro a dezembro sem poder parar para ficar com a família e os filhos”, disse ele.

Ciro deu a declaração enquanto participava de um evento político na Serra, na Grande Vitória. Sobre os direitos dos trabalhadores, ele também citou dados que apontariam que 50 milhões de brasileiros estariam na informalidade trabalhando por 60 ou 70 horas por semana, quando a lei permite apenas 40 horas. Ele não deu a fonte da informação.

O candidato do PDT também disse que está preocupado com a questão do emocional dos trabalhadores brasileiros. De acordo com Ciro, boa parte dos funcionários estariam envelhecendo com a saúde mental prejudicada e sem garantias de uma previdência na parte final da vida.

“Nunca se pediu tanto remédio para nervos e para dormir e, o mais grave, estamos mandando para o futuro daqui 10, 20 anos, quando a crise chegar, 50 milhões de brasileiros vão envelhecer sem nenhuma cobertura previdenciária e sem nenhuma aposentadoria. E lá, quando acontecer essa tragédia, não haverá mais solução, porque previdência é uma poupança que a gente organiza, ora”, completou ele.

Informalidade recorde

Os dados do IBGE são um pouco menos alarmantes do que os apontados por Ciro Gomes. Conforme o levantamento da última semana, 13,1 milhões de brasileiros estão na informalidade no país considerando os dados do último trimestre.

De toda forma, o fato é que o número é recorde. Desde o início da série histórica das pesquisas ainda em 2012, nunca tantos brasileiros estiveram trabalhando de maneira informal. Estamos falando de 39,8% da força de trabalho no país.

A informalidade é formada por pessoas que trabalham sem carteira assinada, trabalhadores familiares auxiliares e também aqueles que trabalham por conta própria. São casos de cidadãos que não têm um CNPJ.

O problema

Mas afinal de contas, qual seria o problema do aumento da informalidade? De acordo com os principais especialistas na área de direitos do trabalhador, ao trabalhar de maneira informal, o cidadão tem menos segurança.

Estamos falando sobretudo dos direitos assegurados para o funcionário. Mesmo um cidadão informal, tem direitos trabalhistas. Entretanto, eles são mais difíceis de serem assegurados caso ele não tenha uma assinatura na carteira.

O Governo Federal se defende afirmando que o desemprego desacelerou e já está em um patamar pré-pandemia. Além disso, aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) também lembram que o mesmo IBGE também aponta para um aumento recorde no número de carteiras assinadas no último trimestre.

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