Conforme análise oficial do Banco Central do Brasil (BCB) a alta de preços associada aos choques de oferta podem ter impactos negativos sobre o consumo das famílias, através da diminuição de seu poder de compra real e da substituição por produtos mais acessíveis.
Nesse contexto, o Banco Central do Brasil (BCB) avalia o efeito dos choques de oferta sobre o consumo das famílias no Brasil. Especificamente, estima-se a resposta do consumo a variações no poder de compra geradas pelos movimentos nos preços de combustíveis, energia elétrica e alimentação no domicílio.
O Banco Central do Brasil (BCB) considera que em sua análise está a hipótese de que as variações de preços desse conjunto de itens estão associadas predominantemente a choques de oferta. A fim de obter essa estimativa, o Banco Central do Brasil (BCB) destaca que foram utilizados modelos mensais relacionando variações no consumo a variações no poder de compra das famílias.
Conforme informa o Banco Central do Brasil (BCB), a estratégia é semelhante à adotada nos artigos de Edelstein e Kilian (2007) e Hamilton (2009), que buscavam estimar o impacto sobre o consumo de choques no preço do petróleo.
A variação no poder de compra no período foi construída somando-se as contribuições para a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) dos itens selecionados, explica o Banco Central do Brasil (BCB) em documento oficial divulgado em março de 2022.
O Banco Central do Brasil (BCB) informa que em sua metodologia é medida segundo proxies do consumo real que usam dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC).
Além do consumo total de bens, analisou-se sua partição entre “bens não duráveis” e “bens semiduráveis e duráveis”. O primeiro grupo inclui os segmentos hipermercados e postos de combustíveis, enquanto os demais estão incluídos no segundo grupo, destaca o Banco Central do Brasil (BCB). A análise do Banco Central do Brasil (BCB) compara variações acumuladas em seis meses no poder de compra e no consumo de bens definidos.
Na amostra completa, de 2003 a 2021, há uma correlação negativa, apesar de fraca, entre essas duas variáveis, -0,21. Caso a amostra seja limitada ao período anterior à pandemia, a correlação muda para -0,43, destaca o Banco Central do Brasil (BCB) em documento oficial divulgado recentemente.