Em pouco mais de dois anos de operação, o Pix tem trazido mais agilidade e facilidade aos pagamentos e transferências de valores. A mudança provocada pelo Pix no comportamento de clientes é confirmada pelos números de adesão ao meio instantâneo de pagamento.
Acontece que em 2021, as transações por esta via totalizavam 5,7 bilhões, enquanto, em 2022, o volume ultrapassou os 11,7 bilhões, aumento de 105% no período. Os dados são da Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2023, feita pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
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A força do Pix é enorme e impactou as outras transações entre contas, como as feitas por TED e DOC, que registram quedas de 29% no mesmo período. O Pix ainda registrou crescimento expressivo no número de usuários que realizam no mínimo 30 transações instantâneas por mês, os chamados heavy users, tanto para contas pessoa física quanto para pessoas jurídicas.
Para envios de Pix, o aumento foi de 131%, totalizando 46 milhões de heavy users, enquanto os recebimentos alcançaram 33 milhões de heavy users, alta de 106%.
A Febraban aponta que, com a expansão de novas modalidades previstas na agenda regulatória do Banco Central, as transações por Pix tendem a aumentar ainda mais e fazer com que comércios e serviços ampliem a utilização da ferramenta como meio de pagamento.
Quase oito em cada 10 transações bancárias realizadas no Brasil são feitas em canais digitais, como o mobile banking e internet banking (77%), aponta a pesquisa, que foi realizada pela consultoria Deloitte com os bancos que atuam no país. Sozinho, o celular é responsável por 66% de todas as operações feitas no Brasil.
No total, os brasileiros fizeram, no ano passado, 163,3 bilhões de transações nos vários canais de atendimento disponibilizados pelos bancos, representando um significativo aumento de 30% ante 2021. Esta taxa de crescimento é a maior já registrada na história das transações, sendo influenciada principalmente pelo desempenho do mobile banking, que teve alta de 54% no número de operações realizadas pelos clientes, totalizando 107,1 bilhões.
O levantamento revelou recuo nas transações feitas pelos brasileiros nas agências bancárias: caíram de 3,3 bilhões para 3,2 bilhões e, hoje, o canal representa apenas 2% do total. As operações feitas em ATMs também reduziram (passando de 7,4 bilhões para 5,4 bilhões), assim como as realizadas em contact centers e correspondentes (de 5,5 bilhões para 5,2 bilhões).
A pesquisa ainda traz pela primeira vez dados de transações bancárias feitas no recurso de pagamentos do aplicativo de mensagens WhatsApp, liberado pelo Banco Central em março de 2021. Em números de transações, o aplicativo de mensagens ainda é pequeno: representa apenas 0,03%. No entanto, ele ganhou mais tração de 2021 para 2022, passando de 8,9 milhões para 56,2 milhões de transações, alta de 531%, provavelmente pelo alcance maior da função.
Segundo o estudo, metade dos bancos respondentes oferecem o canal WhatsApp para transações. Entre as operações mais realizadas pelo app, 37% se referem às operações financeiras via Pix e 29% às renegociações de dívidas.
A ferramenta também facilita a realização de consultas para o cliente. Dentre as transações não financeiras, as consultas de saldos e extratos (24% do total), bem como as de cartão de crédito (10%), foram as operações mais efetuadas.
De acordo com a pesquisa, de 2021 para 2022, houve aumento de 971% na quantidade de usuários pessoas físicas que consentiram ao seu banco enviar seus dados para outras instituições financeiras do Open Finance. Essa modalidade abre espaço para que clientes consigam fazer transações entre suas próprias contas em bancos diferentes. Também abre espaço para que instituições financeiras façam ofertas mais assertivas.
No entanto, a adesão ao open finance foi fraca em 2022. A maior parte dos bancos (80%) só conseguiram o consentimento de 10% de sua base de clientes, sendo que outros 20% dos bancos conseguiram entre 11% e 20% do consentimento de sua base de clientes. Nenhum banco conseguiu ultrapassar 20% de sua base de clientes com consentimento.