O ano de 2023 começou com uma notícia pouco animadora para os motoristas do Brasil. A saber, a Petrobras anunciou o primeiro aumento no preço da gasolina dos últimos meses. E o consumidor já se preocupa com os valores do combustível nas bombas.
Em síntese, a estatal reajustou em 7,46% o preço da gasolina comercializada para as distribuidoras do país. Com isso, o valor do litro da gasolina, que estava custando R$ 3,08, passará a ser vendido a R$ 3,31. Em outras palavras, o litro do combustível ficará 23 centavos mais caro nas distribuidoras.
Esse é o primeiro aumento promovido pela Petrobras em mais de sete meses. Isso porque a última vez que a companhia havia elevado o preço da gasolina para as distribuidoras foi no dia 18 de junho do ano passado.
À época, a Petrobras havia reajustado em 5,18% o valor da gasolina, fazendo o preço do litro subir de R$ 3,86 para R$ 4,06. Aliás, uma semana após esse aumento, a gasolina bateu recorde nos postos do país.
Em resumo, a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) divulga semanalmente o preço médio da gasolina no Brasil. E, na semana de 19 a 25 de junho, o valor da gasolina chegou a R$ 7,39 nas bombas do país, maior preço já registrado pela ANP desde o início da série histórica, em 2004.
O aumento no preço da gasolina sucede cinco reduções consecutivas promovidas pela Petrobras. A saber, após elevar o valor do combustível em junho de 2022, a estatal promoveu outros cinco reajustes, mas todos foram reduzindo o preço da gasolina.
Por isso que, de lá pra cá, o valor do litro do combustível vendido às distribuidoras caiu fortemente no país. No entanto, com o aumento anunciado nesta terça-feira, o valor alcançou o maior valor desde o dia 16 de agosto de 2022, data em que a Petrobras reajustou a gasolina em 4,85%, fazendo o preço do litro cair de R$ 3,71 para R$ 3,53.
De acordo com a companhia, “esse aumento acompanha a evolução dos preços de referência e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado global, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”.
Vale destacar que o preço da gasolina vendida às distribuidoras estava custando R$ 3,09 no início de 2022. Ao longo do ano passado, o valor do combustível sofreu várias oscilações, principalmente por causa da guerra entre Rússia e Ucrânia. Contudo, a gasolina encerrou 2022 custando R$ 3,08, ou seja, o valor não acumulou alta no ano, apesar de chegar a R$ 4,06 em junho.
A saber, os preços nas bombas de combustíveis são bem mais altos que os das refinarias. Isso acontece porque há outras variáveis que impactam os valores dos combustíveis, como impostos, taxas, margem de lucro e custo com a mão de obra. Por isso, a população deve pesquisar os preços mais econômicos.
Em suma, a Petrobras esclarece que a sua parcela no preço repassado ao consumidor será de R$ 2,42 após o aumento promovido nesta terça-feira. Esse percentual se refere ao combustível que tem mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos.
Vale destacar que as fortes reduções nos preços da gasolina também aconteceram devido à lei complementar que limitou a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre os combustíveis. A saber, a gasolina acumulou uma queda de 25,78% no ano passado, graças aos reajustes da Petrobras e à lei complementar.
Para quem não conhece, a lei federal limitou a alíquota de cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre os seguintes produtos e serviços:
Com a entrada da lei em vigor, os produtos e serviços acima passaram a ser considerados essenciais. Assim, a cobrança de uma alíquota acima da regra geral passou a ser inconstitucional. E, antes dessa lei, as taxas superavam 30% em alguns locais do país, mas a lei limitou as alíquotas a 18%, ajudando a reduzir o preço destes produtos e serviços no país.
Por fim, não foi apenas o preço da gasolina que caiu em 2022, mas também a tarifa de energia elétrica, que acumulou uma queda de 19,01% no ano passado. Caso o IBGE não considerasse esses itens, a inflação no Brasil teria subido 9,56% no ano passado, em vez de 5,79%.