O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) subiu 0,08% em fevereiro de 2023. O leve avanço não deve ter afetado o bolso dos brasileiros, até porque ficou bem próximo da estabilidade. Aliás, a taxa registrada no mês passado desacelerou em relação a janeiro, quando os custos do setor subiram 0,31%.
“Há uma estabilidade com variações para cima em alguns estados e para baixo em outros, mas, no agregado geral, há estabilidade. Apesar do índice ter subido em relação a janeiro, ele saiu da situação atípica que ocorreu durante a pandemia. Desde meados de 2022, os preços passaram a apresentar variações mais consoantes com um cenário sem influência da pandemia”, analisou o gerente da pesquisa, Augusto Oliveira.
Com o acréscimo da variação registrada em fevereiro, a taxa acumulada nos últimos 12 meses chegou a 9,92%, ficando abaixo do percentual registrado nos 12 meses imediatamente anteriores (10,45%).
No mês passado, o custo nacional da construção, por metro quadrado, chegou a R$ 1.685,74. Essa taxa superou o valor registrado em dezembro (R$ 1.684,45), indicando aceleração dos preços do setor no mês, mesmo que tenha sido bem leve.
Em resumo, o valor de R$ 1.000,94 correspondeu aos materiais, enquanto R$ 683,80 se referiu à mão de obra. No primeiro caso, a parcela dos materiais variou 0,13%, ou seja, os preços dos materiais da construção civil ficaram levemente mais caros no país em fevereiro.
Dessa forma, o resultado acumulado dos últimos 12 meses ficou em 8,57% na parcela dos materiais e 11,90% na parcela da mão de obra, segundo o IBGE.
De acordo com Augusto Oliveira, a pesquisa realizada Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) retrata o momento atual da construção civil. No entanto, ele destaca, justamente pelo caráter mensal, que não há como fazer previsões sobre as variações dos preços do setor ao longo de 2023.
“Hoje o comportamento está semelhante ao do período pré-pandemia. Inclusive, no mês de fevereiro, vários produtos que apresentaram aumentos durante a pandemia, agora apresentaram quedas”, revelou o gerente do Sinapi.
“Com destaque, nesta situação, cabo flexível (condutor elétrico), peças estruturais de madeira para telhado e tubos de PVC, que tiveram queda nos estados de Minas Gerais e São Paulo, contribuindo para a variação negativa nestes estados e na Região Sudeste”, acrescentou Oliveira.
Assim como ocorreu em janeiro, o Norte registrou novamente a maior variação entre as regiões do país em fevereiro (0,93%), superando em mais de 11 vezes a taxa nacional. Na região, os destaques foram Amapá e Amazonas, onde os custos da construção civil subiram 2,04% e 1,46%, respectivamente, impulsionando a variação regional. As demais taxas ficaram abaixo de 0,80%.
Aliás, o Amapá teve a maior taxa entre todas as 27 unidades federativas (UFs) no mês passado. Em síntese, isso aconteceu, devido ao reajuste observado nas categorias profissionais, segundo o IBGE.
Da mesma forma, a região Sul também teve uma variação superior à média nacional, apresentando uma taxa de 0,16% no mês. Esse percentual regional foi impulsionado pelo Paraná, onde os preços da construção civil subiram 0,26% em fevereiro.
Por outro lado, os preços em duas regiões brasileiras subiram menos que a média nacional: Centro-Oeste (0,07%) e Nordeste (0,06%). Já no Sudeste, os moradores puderam aproveitar a leve queda de 0,13% nos custos da construção civil.
Entre as UFs, com exceção do Amapá e do Amazonas, que tiveram as maiores taxas mensais do Brasil, as demais UFs não registraram avanços superiores a 1,00%.
O IBGE também revelou que, apesar do maior aumento ter sido registrado no Norte, foi no Sul que os custos médios alcançaram o maior patamar do país, de R$ 1.764,72. Esse valor se refere ao custo da construção, por metro quadrado, definido pelos preços de mão de obra e de materiais.
Em seguida, ficaram as regiões Sudeste (R$ 1.742,11), Centro-Oeste (R$ 1.728,23) e Norte (R$ 1.725,71), com todas elas superando a taxa nacional. Apenas o Nordeste que teve custos inferiores aos nacionais, de R$ 1.561,97.
Confira abaixo os maiores valores registrados pelas UFs em fevereiro:
Por fim, o Sinapi foi criado para produzir informações de custos e índices de maneira sistematizada e com abrangência nacional. Isso aconteceu para elaborar e avaliar orçamentos da construção civil, bem como acompanhar os custos do setor.