Neste ano, os brasileiros que estão procurando algum presente para dar as mamães receberam uma triste notícia. Isso porque, a inflação dos produtos e serviços mais buscados para o Dia das Mães cresceu 7,2%, em média, na comparação com 2022.
Desde o início da pandemia, em março de 2020, os preços destes produtos e serviços ficaram 26,9% mais altos. Isso quer dizer que os consumidores estão gastando cada vez mais para comprar os itens tradicionalmente mais consumidos no Dia das Mães.
Esses dados fazem parte de um levantamento realizado pela XP, que se baseou em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A forte aceleração ocorreu, principalmente, por dois motivos: o aumento dos custos com salários e energia, e a disparada dos preços das commodities no exterior. Esses apontamentos foram feitos pelo economista da XP, Alexandre Maluf.
O economista também citou o crescimento do setor de serviços após a reabertura da economia pós-pandemia. Acontece que, durante os momentos mais críticos da crise sanitária, com o incentivo ao distanciamento social, os serviços sofreram grandes perdas.
Assim, sua forte recuperação ajudou a impulsionar os preços de diversos bens e serviços, incluindo aqueles mais consumidos no Dia das Mães.
Em 2023, a cesta de produtos avaliada pela XP incluiu roupas, acessórios, eletroeletrônicos, maquiagens, joias, perfumes e outros itens. A cesta também analisou as variações de serviços como alimentação fora do domicílio e hospedagem.
Aliás, confira abaixo os itens e serviços que tiveram as maiores altas acumuladas nos últimos 12 meses:
Os dados citados mostram que os consumidores terão que gastar bem mais em 2023 para presentear suas mães. Os aumentos ficaram bem disseminados e atingiram diversos setores, ou seja, as pessoas que querem economizar não terão muito para onde correr.
Contudo, a XP revelou que alguns itens estão mais baratos que em 2022. Veja quais são:
Embora os preços destes itens tenham recuado em 12 meses, isso não os deixa tão atrativos assim para boa parte da população. Na prática, os produtos eletroeletrônicos, possuem valores mais elevados que os demais, como roupas e acessórios.
Por isso, ultrapassam os gastos planejados por uma parcela considerável dos consumidores dispostos a comprar um presente no Dia das Mães em 2023.
De acordo com o economista Alexandre Maluf, o aumento dos preços não é o mesmo para os itens. Na verdade, essas oscilações variam conforme o presentes.
Por exemplo, os filhos que planejam levar suas mães para comer fora de casa terão que gastar 8% a mais do que em 2022. Esse cenário é resultado da escassez de chuvas nos últimos anos, que encareceu diversos produtos no país.
Ao mesmo tempo, os valores da conta de luz do comércio também dispararam no país. Nesse caso, a escassez hídrica de 2021, que foi a pior em 91 anos, elevou significativamente os custos no país com geração de energia elétrica.
“Além disso, com a reabertura da economia, o setor de serviços teve uma recuperação forte por haver uma demanda reprimida por conta da Covid-19, e isso acabou gerando um efeito de recomposição de salários que pressionou também o custo desses restaurantes. Tudo isso acaba sendo repassado para o consumidor“, explica Maluf.
Por sua vez, os filhos que estão pensando em presentear suas mães com roupas também irão sentir o impacto dos preços do algodão. Em síntese, a commodity teve um preço recorde no ano passado devido às quebras de safra.
A situação pode ser ainda mais complicada para quem deseja comprar maquiagens e perfumes para o Dia das Mães em 2023. A guerra entre Rússia e Ucrânia aumentou os preços do petróleo e do gás natural, afetando a indústria petroquímica.
Entretanto, os filhos que escolherem dar uma viagem de presente deverão sentir um peso maior no bolso. “O período foi muito severo para o setor de turismo e, agora, essas empresas querem recompor suas grandes perdas, ao mesmo tempo em que a população também está mais ávida a viajar“, explicou Maluf.
“Tivemos também algum efeito da passagem aérea, que subiu. O aumento no valor dos combustíveis na aviação, por conta da subida do preço no petróleo, explica as passagens mais caras”, acrescentou.