Economia

PÉSSIMA NOTÍCIA acaba de sair e preocupa trabalhadores com carteira assinada

O Ministério do Trabalho e Previdência informou nesta quinta-feira (27) que o Brasil criou 157,19 mil postos de trabalho formal em junho de 2023. O resultado mostra que o país registrou bem mais admissões que demissões no quinto mês do governo Lula.

Embora os dados sejam expressivos, a quantidade de vagas formais de emprego geradas em junho deste ano foi 45% menor que a observada no mesmo mês de 2022. A propósito, o Brasil havia criado 285 mil empregos em junho do ano passado.

Os dados mais fracos neste ano não estão restritos a junho. Em síntese, o governo Lula vem enfrentando desafios quando o assunto é geração de emprego, registrando resultados inferiores aos observados no mesmo período de 2022.

Contratações totalizam 1,9 milhão em junho

De acordo com os dados do Caged, o mercado de trabalho brasileiro teve os seguintes números em junho deste ano:

  • Contratações: 1,914 milhões;
  • Demissões: 1,756 milhão.

Com o acréscimo do resultado de junho, o Brasil passou a registrar um saldo de 43,46 milhões de empregos com carteira assinada. Em suma, o valor superou em 0,3% o saldo observado em maio (43,31 milhões).

Já na comparação anual, o avanço foi ainda maior, de 3,9%. Em junho do ano passado, o Brasil tinha um saldo de 41,81 milhões de empregos com carteira assinada.

O Ministério do Trabalho também revelou que o Brasil criou 1,02 milhão de vagas formais de emprego no primeiro semestre de 2023. O número ficou 26,3% menor que o registrado no mesmo período de 2022 (1,38 milhão).

Juros elevados prejudicam mercado de trabalho

O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, criticou novamente a atuação do Banco Central (BC), que vem mantendo a taxa Selic em 13,75% ao ano. Em suma, essa é a taxa básica de juro da economia brasileira e está desde agosto do ano passado no maior patamar desde novembro de 2016.

Segundo o ministro, a “inadequação esquizofrênica” dos juros no Brasil está prejudicando a economia brasileira. Ele afirmou que o país poderia ter gerado mais empregos em maio, junho. Aliás, Marinho também disse que o resultado do primeiro semestre deste ano também seria mais expressivo caso os juros estivessem em um nível menor.

A indústria está preparada para crescer, a economia está preparada para voar. Há um impedimento, que é o custo do dinheiro para capital de giro. O que motivaria alguém que está hoje investindo em títulos públicos para migrar para investimentos se lá na ponta está sendo dificultado o crescimento do crescimento para valer do consumo“, disse o ministro.

Todos os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Vale destacar que não é mais adequado fazer comparações com os dados referentes a anos anteriores a 2020, pois o governo federal do ex-presidente Jair Bolsonaro modificou a metodologia do levantamento.

Brasil criou 157 mil empregos formais em junho deste ano. (Imagem: Fernando Frazão/Agência Brasil)

Setor de serviços se destaca em junho

O levantamento do Ministério também mostrou que o setor de serviços se destacou na criação de empregos formais no Brasil em junho de 2023, assim como acontece em praticamente todos os meses.

Veja abaixo quantas vagas foram criadas em cada setor pesquisado:

  • Serviços: 76.420 postos de trabalho;
  • Agropecuária: 27.159 postos de trabalho;
  • Construção: 20.953 postos de trabalho;
  • Comércio: 20.554 postos de trabalho;
  • Indústria: 12.117 postos de trabalho.

Em resumo, o setor de serviços liderou a criação de empregos no país em junho, algo que ocorre em praticamente todos os meses dos anos. O saldo do setor ficou bem maior que o registrado pelos demais grupos, mas todos eles apresentaram resultados positivos no mês.

Esse é o terceiro mês consecutivo em que todos os grupamentos registraram resultados positivos. Embora os serviços tenham liderado a criação de vagas, o número de postos de trabalho criados caiu 8,9% em relação a maio (83.915 vagas). Isso também aconteceu com a construção, que teve queda de 25% na comparação mensal (27.958 vagas).

Por outro lado, o número de vagas criadas cresceu na indústria (43,7%), na agropecuária (38,8%) e no comércio (33,4%).

Sudeste lidera ranking nacional de vagas criadas

O Ministério do Trabalho também revelou dados sobre as regiões brasileiras. No sexto mês de 2023, houve a abertura de vagas em todas as regiões do país. Veja os dados de cada uma delas:

  • Sudeste: 76.081 vagas de emprego;
  • Nordeste: 33.624 vagas de emprego;
  • Centro-Oeste: 21.547 vagas de emprego;
  • Norte: 14.105 vagas de emprego;
  • Sul: 9.587 vagas de emprego.

Os dados mostram que a região Sudeste respondeu por mais de 48,4% do total de vagas criadas no país em junho. Apesar de gerar quase metade dos empregos formais no Brasil em junho, o resultado do Sudeste ficou 25,9% menor que o registrado em maio, quando criou 102.749 vagas formais.

Em contrapartida, vale destacar o crescimento de 129% no número de empregos formais criados na região Nordeste em relação a maio (14.683 vagas). As demais regiões também fecharam o mês com saldos positivos, na comparação mensal: Centro-Oeste (48,9%), Norte (11,7%) e Sul (8,1%).

Por fim, vale ressaltar que os dados do Caged consideram apenas os trabalhadores com carteira assinada, não incluindo os trabalhadores informais do país.

Dessa forma, os dados não são comparáveis às informações levantadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), através da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (PNAD).