Se você costuma sair de casa com o seu carro, certamente percebeu uma diferença nos preços médios dos litros de combustíveis como gasolina e diesel. Recentemente, a Petrobras anunciou um aumento nos valores cobrados, e estas elevações já estão sendo sentidas na prática por milhares de brasileiros ao redor do país.
O aumento anunciado pela Petrobras foi confirmado no último dia 16 de agosto. A elevação foi de 16,3% do litro da gasolina que é repassada às refinarias. O valor atende a uma cobrança internacional, já que toma como base a subida do preço do barril de petróleo em outros países.
Como dito, a medida já está sendo sentida por milhares de usuários no Brasil. Dados revelados pelo Índice de Preços Ticket Log (IPTL) mostram que o valor médio do litro do combustível que está sendo comercializado no país chegou em R$ 6,05 no último domingo (20).
Estamos falando de uma alta de 6,14% em relação ao que se registrou no dia 15 de agosto, data anterior ao reajuste confirmado pela Petrobras. Em números totais, a pesquisa indica que os motoristas estão sentindo no bolso um acréscimo de R$ 0,35 por litro da gasolina.
Não importa a cidade ou o estado em que você reside. A pesquisa também mostrou que houve um aumento generalizado de mais de 5% no preço do litro da gasolina em todas as cinco regiões do país, após a elevação do preço anunciada pela Petrobras. Apenas na região Sudeste, o aumento ficou abaixo dos 6%.
No Sul, o acréscimo foi o maior dentre todas as regiões pesquisadas: nos estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, a elevação foi de 6,93% no preço da gasolina. De todo modo, os preços médios mais altos do país estão no Norte, onde a gasolina bateu a marca dos R$ 6,57.
Vale lembrar que a Petrobras decidiu acabar com a Política de Paridade Internacional (PPI) para os combustíveis. A empresa deixou portanto de considerar os preços internacionais para definir de maneira imediata os valores que serão repassados para os consumidores.
Ao menos para o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, os aumentos nos preços da gasolina e do diesel seriam uma prova de que a nova política de definição dos preços dos combustíveis teria passado no teste.
“Esse é o mérito da política. A política passou no teste? Qual é o teste que se propunha? Alguns mais céticos diziam: ‘Não, mas a Petrobras, o Jean, o Lula não vai deixar, enquanto o preço lá fora está baixando está tudo muito bonito, quero ver na hora que subir lá fora, como é que eles vão se comportar, se vão fazer o ajuste’. Fizemos. Portanto, a política passou no teste”, disse.
Prates também sinalizou que poderá aplicar novos aumentos nos preços dos combustíveis se a empresa considerar necessário. “E vamos fazer quantos [reajustes] forem necessários, agora sem ficar seguindo o PPI, que é a paridade de importação, e menos ainda as volatilidades ocasionais”, continuou Jean Paul Prates.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também comentou o reajuste aplicado pela Petrobras. Ele reconheceu que a medida vai ter impacto negativo nos números da inflação, mas frisou que concorda com a ideia de aumento porque, segundo ele, uma defasagem em relação aos números internacionais não seria positiva.
“Ontem, tivemos o reajuste dos combustíveis que vai ter um impacto no ano de 2023. Confesso que achei acertado, acho que é acertado. Não é bom ter um distanciamento muito grande do preço [em relação ao mercado externo], mesmo tendo um impacto que, para a gente, é negativo. Para as entidades, foi uma decisão acertada”, declarou ele, durante painel no 35º Congresso Nacional da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).