Inteligência Artificial

Pesquisa indica que empresas já estão usando IA generativa em seus negócios

Uma pesquisa do Gartner, consultoria especializada em tecnologia, aponta que 45% dos executivos estão testando inteligência artificial generativa (GenAI, na sigla em inglês), enquanto outros 10% já até implementaram a tecnologia em seus processos de produção. 

A pesquisa foi realizada de forma online com participantes de um webinar do Gartner sobre custos e riscos empresariais da Inteligência Artificial Generativa, computando 1.419 respostas em setembro de 2023. Portanto, os resultados desta pesquisa não representam conclusões globais ou do mercado como um todo.

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Apesar disso, os dados mostram um aumento significativo em relação a um levantamento do Gartner realizado em março e abril de 2023, no qual apenas 15% dos entrevistados estavam testando a Inteligência Artificial Generativa e 4% indicaram o uso efetivo em suas empresas.  

Na visão da consultoria, a GenAI já passou do ponto de curiosidade e virou uma aposta, com empresas investindo tempo, dinheiro e recursos para avançar nessa área e obter resultados de negócios. De fato, 55% das empresas relatam aumento nos investimentos em Inteligência Artificial Generativa desde que essa tecnologia ganhou destaque no domínio público há dez meses.  

A Inteligência Artificial Generativa agora está na pauta de CEOs e conselhos de administração, enquanto buscam aproveitar o potencial transformador dessa tecnologia, afirma a consultoria. 

Inteligência Artificial (IA) no mercado de trabalho. Imagem: Canva

Expectativas superam os riscos

O Gartner anuncia que cerca de 78% dos entrevistados acreditam que os benefícios da Inteligência Artificial Generativa superam os riscos. Isso é mais alto do que os 68% que relataram esse sentimento na pesquisa anterior. 

A posição é considerada ousada pela consultoria, mas as empresas enxergam nessa tecnologia o poder de impulsionar a inovação, a otimização e a disrupção. A visão de mercado é de que a abordagem de “esperar para ver” é mais arriscada do que investir. 

A pesquisa do Gartner ainda constatou que 45% das empresas estão ampliando os investimentos em Inteligência Artificial Generativa por várias funções empresariais, sendo que 22% estão escalando para mais de três funções diferentes. O desenvolvimento de software é a função com a maior taxa de adoção ou investimento na tecnologia, seguido de perto pelas áreas de marketing e de atendimento a clientes.  

As iniciativas de crescimento do negócio foram citadas como o foco empresarial principal dos investimentos em Inteligência Artificial Generativa por 30% dos entrevistados, seguidas pela otimização de custos (26%) e experiência/retenção de clientes (24%). 

A consultoria explica que muitas companhias iniciaram sua jornada com a Inteligência Artificial com ênfase excessiva na otimização de custos e eficiência. Empresas inteligentes, por outro lado, foram além disso para concentrar suas iniciativas na eficácia, valor mensurável e agilidade nos produtos e serviços. Isso garante visibilidade, confiança e sinergia entre as partes interessadas, e, mais importante, alinhamento com os resultados de negócios, afirma o Gartner. 

Riscos da GenAI para segurança cibernética

Outra pesquisa do Gartner aponta que 34% das companhias estão usando ou implementando soluções de cibersegurança para mitigar os riscos da GenAI. Apesar de ter um escopo menor – foram 150 líderes de TI e segurança da informação entrevistados – a pesquisa mostra que há certa preocupação sim com os riscos da tecnologia. 

Embora 93% dos líderes de TI e segurança entrevistados tenham afirmado que estão pelo menos um pouco envolvidos nos esforços de segurança e gestão de riscos da Inteligência Artificial Generativa da sua empresa, apenas 24% afirmaram que possuem essa responsabilidade. 

Os riscos associados à Inteligência Artificial Generativa são significativos, contínuos e evoluirão constantemente, afirma a consultoria. Mais da metade (57%) dos entrevistados da pesquisa indicaram que estão preocupados com o vazamento de segredos em códigos gerados por Inteligência Artificial; e 58% dos entrevistados estão preocupados com resultados incorretos ou tendenciosos.  

Segundo o Gartner, as empresas que não gerenciarem os riscos da Inteligência Artificial Generativa testemunharão que os seus modelos não funcionam conforme o esperado e, na pior das hipóteses, podem causar danos humanos ou materiais. Isso pode trazer perdas financeiras e de reputação e danos aos indivíduos decorrentes de resultados incorretos, manipulados, antiéticos ou tendenciosos. O mau desempenho da Inteligência Artificial também pode fazer com que as empresas tomem decisões de negócios erradas.