Nos textos da língua portuguesa podemos encontrar diversas figuras de linguagem. Elas são mecanismos linguísticos empregados pelo falante ou escritor com o objetivo de tornar o texto mais expressivo, ou para dar ênfase. As figuras de linguagem são divididas em figuras do pensamento, figuras de palavras, figuras de sintaxe e figuras de som.
Entre as figuras de pensamento, figura a personificação, também conhecida como prosopopeia. Muito comum em obras literárias, a personificação consiste na atribuição de conceitos, histórias e características humanas (físicas ou sentimentais) a animais ou a objetos inanimados. Ou seja, é possível identificar a personificação quando o autor humaniza um animal ou ser inanimado. As fábulas trazem ótimas ilustrações dessa figura de linguagem, pois nelas é comum vermos animais falando, por exemplo.
Por gerar efeito lírico e bom efeito cômico no texto, a personificação é comum não só na ficção, mas também em músicas e na publicidade. Além disso, é muito comum também na linguagem informal, ou seja, no uso feito pelos falantes no dia a dia. É comum falarmos, por exemplo, “o braço do sofá”, “o pé da mesa”, etc. Observe que braço e pé são elementos da constituição de um corpo humano que atribuímos a objetos sem vida por associação. Veja mais exemplos abaixo!
“O vento beija meus cabelos,/ as ondas lambem minhas pernas, / o sol abraça o meu corpo, / meu coração canta feliz.”
Observa-se acima quatro frases na letra da música De repente Califórnia, de Lulu Santos e Nelson Mota, que trazem a atribuição de ações humanas a elementos não humanos. Desse modo, temos a personificação do vento, das ondas, do sol e do coração. Em termos não literários, nenhum desses elementos pode fazer o que está dito na música.
“A Amazônia chora devido ao desmatamento.”
Aqui temos um exemplo no qual a ação humana de chorar é atribuída à floresta. Ao usar essa figura de linguagem, a publicidade consegue chamar atenção ao fato de que a floresta amazônica sofre em alguma medida com as ações do desmatamento.
“Bailando no ar, gemia inquieto vaga-lume.” (Machado de Assis)
Por fim, nessa frase de Machado de Assis, vemos um caso de atribuição de ações humanas a um inseto, ao vaga-lume. Com isso, o autor se vale do efeito lírico da prosopopeia.
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