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‘Pergunta para o vírus’, responde Bolsonaro sobre prorrogação do auxílio de R$300

Presidente não descartou totalmente possibilidade de prorrogação do auxílio, mas torce para que não aconteça

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) admitiu que espera que não seja preciso prorrogar o auxílio emergencial. O presidente disse ainda que torce para que o coronavírus esteja “de partida” do país. A declaração foi dada para um grupo de apoiadores que estava em frente ao Palácio da Alvorada.

Quando foi perguntado sobre uma possível prorrogação do auxílio emergencial, Bolsonaro não descartou totalmente a possibilidade, embora admita que torça para que isso não aconteça.

“Pergunta para o vírus. A gente se prepara para tudo, mas tem que esperar certas coisas acontecerem. Esperamos que não seja necessário porque é sinal de que a economia vai pegar e não teremos novos confinamentos no Brasil”, respondeu Bolsonaro para um apoiador.

“Desde o começo, eu nunca fui a favor do confinamento. Sempre defendi a ideia do isolamento vertical, mas, infelizmente, a decisão coube aos governadores e prefeitos”, continuou Bolsonaro.

O auxílio emergencial foi criado para pagar três parcelas de R$ 600. Posteriormente, foi prorrogado para mais duas parcelas de R$ 600. Mais recentemente, o governo prorrogou o programa para mais quatro parcelas de R$ 300, mas nem todos os beneficiários têm direito a todas elas.

Paulo Guedes fala sobre prorrogação do auxílio emergencial

Nesta semana, o ministro da Economia Paulo Guedes confirmou que, do ponto de vista do governo, o auxílio emergencial não será prorrogado para o ano de 2021. De acordo com ele, a pandemia do novo coronavírus está cedendo no país e a atividade econômica está voltando.

A declaração do ministro aconteceu durante videoconferência promovida pelas plataformas de investimento Empiricus e Vitreo na última segunda-feira (23). De acordo com Guedes, o benefício pago a informais poderia ter duração de até um ano se o valor das parcelas fosse menor, de R$ 200, como a equipe econômica propôs inicialmente.

Guedes, após reconhecer que o auxílio emergencial com o valor de R$ 600 e a prorrogação com parcelas de R$ 300 até dezembro tiveram apoio do governo, revelou que o novo programa acabou demandando muitos recursos da União.

“Os fatos são que a doença cedeu bastante e a economia voltou com muita força. Então, do ponto de vista do governo, não existe a prorrogação do auxílio emergencial”, afirmou.

O ministro confirmou que no momento há uma pressão política para que o benefício seja estendido por mais tempo. Mas Guedes confirmou que as ações do Governo Federal serão baseadas em evidências e que a pasta saberá como reagir em eventual situação de emergência, o que não está nos planos no momento.

Pressão política

Com a indefinição do novo programa social, a ala política do governo voltou a defender a prorrogação do auxílio emergencial por mais três meses no ano que vem.

De acordo com assessores, até o momento, o presidente Jair Bolsonaro não tomou nenhuma decisão sobre o tema e deve se manifestar após o fim do segundo turno das eleições municipais.

“A decisão é do presidente Bolsonaro e, até agora, ele não tomou uma posição. Deve decidir entre esta e a próxima semana, sabendo da importância do benefício para a população que está em situação de vulnerabilidade”, disse um assessor presidencial.

O assessor do presidente  afirmou que os pedidos pela prorrogação do benefício aumentaram. No entanto, ressaltou que o cumprimento do teto dos gastos públicos deve ser garantido. De acordo com o texto em vigor, o pagamento do auxílio emergencial vai até dezembro de 2020.

Líderes do governo querem aprovar a chamada PEC Emergencial ainda em 2020 e incluir no texto o novo programa social do governo. No entanto, a própria base aliada do presidente da República no Legislativo considera isso impossível.

Portanto, com a votação da proposta sendo estendida para 2021, a ala política do governo voltou a defender que o auxílio emergencial continue a ser pago até o Congresso aprovar medidas que garantam um novo programa social ou a reformulação do Bolsa Família.

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