Para verificar o quão presente está o smartphone na vida de crianças brasileiras, a pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box – Crianças e smartphones no Brasil – Outubro de 2022 consultou mais de 1,7 mil pais de crianças de zero a 12 anos. Os números mostram uma redução de 49% para 45% desde a última pesquisa, realizada pelas empresas em dezembro do ano passado.
Trata-se de um retorno ao patamar de 2020. Uma das explicações para essa queda pode estar no arrefecimento da pandemia, pois no auge da crise sanitária o fechamento das escolas levou muitos pais a comprarem ou cederem seus smartphones aos filhos para que estudassem, o que não é mais necessário.
As maiores quedas foram observadas nas faixas de zero a três anos e de sete a nove anos. Entre crianças de zero a três anos, subiu de 44% para 48% a proporção que não tem smartphone e nem usa o dos pais. E caiu de 44% para 40% a proporção que utiliza o aparelho dos pais emprestado. Por sua vez, no grupo de sete a nove anos, caiu de 59% para 46% a proporção que tem smartphone próprio, e subiu de 33% para 43% os que usam dos pais emprestado.
O smartphone é um objeto de desejo das crianças. Desde pequenas elas começam a pedi-lo de presente aos pais e a proporção cresce conforme a idade. Na faixa de 10 a 12 anos, 92% das crianças já pediram um smartphone de presente aos pais. A pressão social é grande nesse sentido já que, na opinião dos responsáveis, os amigos dos filhos (47%) são quem mais influenciam as crianças a quererem um smartphone, seguidos pela publicidade (19%) e por irmãos e primos (16%).
Mas com a volta às aulas presenciais, caiu bastante a utilização do smartphone para estudo. Entre as crianças que têm um smartphone próprio, de um ano para cá, diminuiu de 58% para 48% aquelas que ganharam o aparelho para estudar. Por outro lado, no mesmo intervalo, subiu de 37% para 46% aquelas que receberam o smartphone por uma questão de segurança, para usarem quando estão fora de casa.
Mas o principal motivo pelo qual os pais concedem o acesso a um smartphone a seus filhos, seja um aparelho próprio ou emprestado, é para entretê-los. Esta motivação é apontada por 60% dos pais de crianças que têm smartphone e por 55% daqueles que emprestam seu aparelho aos filhos.
Entre os pais que não deixam o filho usar smartphone, a principal razão, citada por 70% deles, é por entender que isso prejudicaria o seu desenvolvimento. Em um ano, houve um crescimento de 28% para 38% da proporção de pais que entendem que o smartphone pode ser prejudicial à saúde das crianças.
Há ainda 18% de pais que não deixam o filho usar seu smartphone por medo que quebre o aparelho. Por sinal, 32% dos pais disseram que já tiveram um smartphone quebrado por um filho.
Mais da metade dos pais (55%) entendem que seus filhos passam mais tempo do que deveriam com o smartphone. E 73% acreditam que a pandemia fez aumentar o tempo que seus filhos gastam com o smartphone – 38% disseram que aumentou muito e 35%, pouco. Em um ano subiu de 65% para 72% a proporção de pais que restringem o tempo diário que as crianças podem passar com o aparelho.
A Panorama Mobile Time/Opinion Box – Crianças e smartphones no Brasil é uma pesquisa independente produzida por uma parceria entre o site de notícias Mobile Time e a empresa de soluções de pesquisas Opinion Box.
Nesta edição foram entrevistados 1.745 brasileiros que acessam a Internet, possuem smartphone e são pais de crianças de 0 a 12 anos, respeitando as proporções de gênero, idade, renda mensal e distribuição geográfica desse grupo. As entrevistas foram feitas on-line entre 22 de setembro e 3 de outubro de 2022.
Esta pesquisa tem validade estatística, com margem de erro de 2,3 pontos percentuais e grau de confiança de 95%.