Se você precisou viajar de avião nos últimos meses certamente se assustou com os preços das passagens. A avaliação da grande maioria da população é de que os valores cobrados estão quase impraticáveis. Independente da distância e do trajeto, a tarifa cobrada já consome boa parte da renda do cidadão.
Pouco mais de um ano depois de assumir a presidência, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) começa a sofrer ainda mais pressão da população pela redução dos preços das passagens. De fato, algumas medidas foram tomadas nos últimos meses, mas aparentemente nada mudou.
Há por agora uma preocupação dentro do Palácio do Planalto com a saúde financeira destas empresas. Isso porque existe uma avaliação de que eles não teriam conseguido se recuperar totalmente do rombo da pandemia, e para compensar estariam repassando o aumento para os consumidores finais.
Agora, a população quer saber quando, e se, haverá uma nova redução dos preços dessas passagens. Esta é uma pergunta cuja resposta é muito importante. Afinal de contas, as viagens costumam ser planejadas com muita antecedência, de modo que é importante saber se haverá uma redução ou não.
Nesta segunda-feira (5), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT) foi perguntado sobre esta situação. Em primeiro lugar, ele deixou claro que o governo federal não vai liberar nenhum tipo de dinheiro do orçamento para compensar as companhias aéreas.
“Vamos esclarecer que o preço do querosene [de aviação] caiu durante o nosso governo. O preço do querosene não pode ser justificativa para aumento do custo de passagem aérea”, disse Haddad.
Vale lembrar que as empresas aéreas defendem que a Petrobras reduza um pouco mais os preços do QAV, que funciona como combustível de aviação. A estatal, no entanto, contesta esta versão e afirma que nos últimos 12 meses já concedeu uma redução aumento de 30,3% para as distribuidoras.
“Vamos entender melhor o que está acontecendo. Não existe socorro com dinheiro do Tesouro. Isso não está nos nossos planos. O que está eventualmente na mesa é viabilizar uma reestruturação do setor, mas que não envolva despesa primária“, afirmou Haddad.
O ministro deu esta declaração logo depois de participar de um encontro com pesquisadores do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) no Rio de Janeiro.
Pela quinta vez, o programa Voa Brasil do governo federal deverá ser adiado. Este é o projeto que prevê a disponibilização de passagens aéreas a R$ 200 para qualquer trecho do Brasil. O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, chegou a prometer que lançaria o benefício no próximo dia 5 de fevereiro.
Mas isso não deve mais acontecer. Nesta terça-feira (30), a assessoria do Ministério de Portos e Aeroportos confirmou que o lançamento do Voa Brasil será adiado para depois do carnaval. A informação foi enviada para vários veículos de imprensa no início da noite.
Assim, pode-se dizer que ninguém deverá conseguir comprar passagens a R$ 200 para passear por praias do nordeste, ver a família ou mesmo curtir os tradicionais carnavais do Rio de Janeiro, do Recife, ou de Salvador, por exemplo.
Mas por que o lançamento do projeto foi adiado? O Ministério de Portos e Aeroportos avalia que tudo aconteceu por conta de um problema de agenda do ministro, que aparentemente não poderá estar em Brasília no dia 5 de fevereiro, e nem em nenhum outro dia até o fim do carnaval.
“Por questão de ajuste com a agenda do presidente, vamos ter a data após o Carnaval”, informou o comunicado, sustentando que as agendas de Lula e de Silvio Costa Filho não estão em uma mesma página neste momento.