O volume de vendas da Páscoa deverá atingir a marca de R$ 2,49 bilhões em 2023. Pelo menos é o que aponta a previsão da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Esse faturamento representa uma leve alta de 2,8% no faturamento do varejo brasileiro, na comparação com o ano passado. Caso essas estimativas se confirmem, o resultado se aproximará do nível pré-pandemia, mas ainda irá permanecer abaixo desse patamar.
Em resumo, a crise sanitária, decretada em março de 2020, impactou diversos setores e atividades em todo o mundo. Como a pandemia obrigou milhões de pessoas a fazerem isolamento social, a Páscoa acabou sendo bastante afetada, assim como as datas comemorativas, no geral.
Antes da pandemia, as vendas físicas se destacavam no país, figurando como a principal escolha dos consumidores. No entanto, com a chegada da crise sanitária, muitas pessoas passaram a realizar as compras de maneira online, enquanto outras simplesmente suspenderam essas ações.
Vale destacar que a pandemia também provocou a perda de milhões de empregos em todo o mundo, inclusive no Brasil. Além disso, muitos trabalhadores sofreram com a redução da jornada de trabalho e, consequentemente, com a diminuição da renda. Esse cenário afetou as vendas da Páscoa nos últimos anos, e, em 2023, a população ainda está se recuperando dos impactos da pandemia da covid-19.
A título de comparação, o faturamento do varejo brasileiro em 2023 deverá ficar 2,7% menor que o observado em 2019, antes da decretação da pandemia. Em outras palavras, o comércio varejista do país precisa se recuperar ainda mais para voltar ao nível pré-pandemia.
De acordo com a CNC, o faturamento da Páscoa deverá crescer pelo terceiro ano consecutivo. Embora o país ainda precise se recuperar mais um pouco, os dados registrados de 2021 para cá mostram que o varejo brasileiro ganha mais força a cada ano que se passa.
O que explica a dificuldade que o setor enfrenta para retornar ao nível de 2019 é o forte impacto sofrido em 2020. Em suma, o volume de receitas do varejo em 2020 foi o pior em 10 anos, ou seja, o crescimento das vendas na Páscoa de 2021 a 2023 ainda não se mostrou suficiente para voltar ao nível pré-pandemia.
O presidente da CNC, José Roberto Tadros, destacou que, apesar da dificuldade, a tradicional data comemorativa continua em trajetória ascendente, recuperando-se nos últimos anos. “Gradativamente, a retomada da economia vai se robustecendo e reaquecendo o varejo”, disse Tadros.
Segundo o presidente da CNC, a Páscoa é a sexta data comemorativa mais relevante para o varejo brasileiro. “A tendência é que as perdas provocadas pela pandemia sejam revertidas a partir da melhoria do contexto macroeconômico”, explicou.
A CNC também revelou que o aumento das vendas nacionais devem ser impulsionadas por alguns estados. Em síntese, três locais devem se destacar em 2023, registrando crescimento bem mais elevados que os 2,8% projetados para o Brasil. Veja abaixo quais são os estados:
Embora as projeções da CNC indiquem que esses três estados serão os destaques da Páscoa em 2023 em termos regionais, os locais não terão as maiores receitas do país. Na verdade, outros três estados, todos do Sudeste, terão os maiores faturamentos do país. Confira quais são:
De acordo com a CNC, estes três estados deverão responder por 60% do volume de vendas gerado na Páscoa deste ano.
O economista da CNC responsável pelo levantamento, Fabio Bentes, citou a importação de produtos típicos da Páscoa como um grande termômetro para a celebração. “Um indicativo da expectativa do varejo para essa data costuma ser a importação de produtos típicos”, disse.
Segundo registros da Secretaria de Comércio Exterior, o Brasil importou 2,76 mil toneladas de chocolates, alta de 6,5% em relação a 2022. Ainda assim, o valor não chegou ao nível registrado em 2020 (3 mil toneladas).
Em contrapartida, as importações de bacalhau, cujas compras do exterior são bastante tradicionais durante a Páscoa, despencaram 32,7% em relação ao mesmo período de 2022.
“A queda nas importações do pescado, na contramão do aumento das quantidades importadas de produtos à base de chocolate, é um indício de que o varejo pode estar apostando na melhor saída de produtos mais baratos”, explicou Bentes.
Por fim, o economista informou que a cesta de bens e serviços relacionada à Páscoa está 8,1% mais cara em 2023, em comparação ao ano passado. Os destaques são os bolos e chocolates, cuja alta acumulada em 12 meses chegou a 15,9% e 13,9%, respectivamente.