Durante o governo Temer, em 2016, a Petrobras implementou a política de paridade internacional de preços do petróleo e desde então têm-se seguido essas diretrizes.
Todavia, nessa terça, 15, a petroleira anunciou o fim desse mecanismo, o que vai garantir benefícios, como a redução dos preços do petróleo, consequentemente, dos combustíveis derivados, que é o caso da gasolina, do diesel e do botijão de gás, por exemplo.
Para que você entenda melhor sobre esses conceitos e o que vai mudar agora após o fim dessa política, preparamos esse texto completo.
Portanto, continue a leitura com a gente.
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Antes de tudo, vamos entender melhor o que é a paridade internacional de preços do petróleo e como essa política afeta diretamente e de forma automática a alta de valores na comercialização desses produtos no mercado interno.
Como percebemos nos últimos anos, o preço dos combustíveis, bem como do gás de cozinha, tiveram aumentos significativos.
Isso acontece, principalmente, porque de acordo a antiga regra, os preços desses produtos são influenciados pelas variações internacionais, o que significa que não há interferência governamental para assegurar preços mais baixos.
Assim, sempre que o dólar estava em alta, havia um aumento nos produtos derivados do petróleo, o que afetava instantaneamente o consumidor final.
Entretanto, o atual presidente Lula, vem defendendo, antes mesmo da eleição, o fim desse sistema com o objetivo de favorecer o mercado interno. Isso significa que, a Petrobras terá maior autonomia para definir preços mais competitivos a partir de agora.
“Esse modelo maximiza a incorporação de vantagens competitivas. Vamos usar as vantagens que a Petrobras tem a nosso favor e a favor do nosso país, sem nos afastar da referência internacional de preços. É bom enfatizar que, quando digo ‘referência’, não é ‘paridade de importação”. Disse o presidente da Petrobras Jean Paul Prates.
Em resumo, no cálculo anteriormente utilizado, conhecido como Preço de Paridade de Importação (PPI), a Petrobras levava em conta não somente o valor do petróleo no mercado global, mas também os custos logísticos associados, tais como frete marítimo, taxas portuárias e uso dos dutos internos para transporte.
Vamos conferir melhor o que muda a partir de agora? Veja!
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem utilizando o termo “abrasileirar” o preço dos combustíveis, desde a sua campanha eleitoral, para afirmar medidas que seriam tomadas para para mitigar o efeito dessas flutuações internacionais nos preços dos combustíveis nos postos de abastecimento.
Nessa terça (15) o presidente da Petrobras definiu muito bem o termo e o que isso implica no mercado interno.
“Abrasileirar os preços significa levar nossas vantagens em conta, sem tirar o país do contexto internacional. Temos uma refinaria aqui, com a grande maioria dos custos em reais, e íamos pelos preços internacionais. A paridade de importação era uma abstração. Pegávamos um preço lá de fora, do nosso concorrente, que não produz aqui, e colocávamos aqui dentro. É o pior cenário de competição.”
Basicamente, a nova estratégia de precificação vai levar em conta duas referências do mercado. A primeira delas é o “custo alternativo do cliente”, que contempla as principais alternativas de fornecimento, incluindo produtos substitutos.
A segunda é o “valor marginal para a Petrobras”, que se baseia no custo de oportunidade de diferentes alternativas disponíveis para a companhia, como produção, importação e exportação de produtos refinados e petróleo.
Vale dizer ainda que, segundo o comunicado oficial divulgado hoje (15) pela empresa estatal, “os reajustes continuarão sendo feitos sem periodicidade definida, evitando o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”.
Para concluir, um trecho do comunicado oficial sobre o fim da paridade internacional de preços do petróleo:
“Com a mudança, a Petrobras tem mais flexibilidade para praticar preços competitivos, se valendo de suas melhores condições de produção e logística e disputando mercado com outros atores que comercializam combustíveis no Brasil, como distribuidores e importadores”.