Quão seguro é voltar com as aulas presenciais em 2020, quando ainda não há cessão no número de casos da Covid-19?
Até o dia 9 de julho, 69.254 era o número de mortos pelo novo coronavírus no Brasil. Dessas estão mais de 100 crianças e adolescentes.
De acordo com o portal G1, desde que se iniciou a notificação, apenas 1,1% das hospitalizações são de crianças com até 5 anos de idade e 1% de crianças e jovens entre 6 e 19 anos.
Tais estatísticas são baixas perto das demais faixas etárias. No entanto, a discussão se volta para o potencial de transmissibilidade dos jovens para os mais velhos, incluindo os que têm conformidades de saúde.
Segundo a epidemiologista Tali Elfassy, da Universidade de Miami, em entrevista ao The New York Times, é preciso cautela na retomada das aulas presenciais. “Embora seja improvável que as crianças sofram consequências graves, elas podem servir como vetores e espalhar o vírus para outras pessoas. Isso deve ser evitado”, relatou.
Os pais se mostram preocupados com o retorno das aulas. Em São Paulo, por exemplo, de acordo com o governo do Estado, as escolas públicas devem reabrir a partir do dia 9 de setembro.
Além da aflição das famílias com a presença das crianças e dos jovens no ambiente escolar, há também outros fatores que não podem ser deixados de lado. Muitos deles terão que utilizar transporte público para acompanhar as aulas presenciais, sobretudo quando se trata de estudantes de escolas públicas.
Ao portal Metrópoles, o infectologista Leonardo Weissmann, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), faz um alerta acerca da problemática. “Muitos alunos enfrentarão o transporte público, muitas vezes lotado, para chegar à escola, o que também é uma situação de alto risco para a infecção”.
O MEC – Ministério da Saúde – anunciou no último dia 1º as diretrizes para uma retomada das aulas presenciais segura. Entre as medidas de segurança estão o uso de máscaras e o distanciamento de 1,5 metro.
Também há a recomendação da medição de temperatura no acesso às áreas comuns, assim como a disponibilização de álcool em gel. Orientações para isolar profissionais de grupos de risco e para que não haja compartilhamento de objetos, por exemplo, também estão entre as diretrizes.
Contudo, todas essas normas parecem não ser suficientes para proporcionar segurança a pais, alunos e profissionais da educação. Como noticiado aqui no portal, no Distrito Federal, muitos dos responsáveis não querem permitir que os filhos retornem às aulas presenciais em pleno pico da pandemia.
Além de não haver um prazo para a vacina, o Brasil enfrenta a baixa testagem, o que também ajuda a reforçar a insegurança. Em outros países os testes são feitos nos alunos, ajudando a determinar quem pode ou não frequentar o rodízio para as aulas presenciais.