Durante o primeiro semestre de 2022, os pagamentos com cartão de crédito e débito cresceram 36,5% se comparado com o mesmo período de 2021. De acordo com dados divulgados ontem (10) pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), na primeira metade do ano de 2022 foram movimentados R$ 1,6 trilhão com cartões em ambas modalidades.
A associação informa que este alto crescimento no uso de cartões pode estar relacionado à base de comparação ruim do ano passado, quando o país passava pelo momento crítico da pandemia de covid-19. Deste modo, a expansão reflete o fim das restrições às movimentações e às atividades econômicas neste ano.
A modalidade de crédito teve o maior crescimento e também a maior movimentação no período em questão. Segundo a Abecs, foram realizados R$ 1 trilhão em pagamentos com esse meio no primeiro semestre. Com relação ao mesmo período do ano passado, o valor representa um crescimento de 42,2%.
Já os cartões na modalidade de débito foram responsáveis por R$ 488 bilhões de pagamentos, 16,6% maior comparado com os primeiros meses de 2021. Enquanto os pré-pagos tiveram um volume de movimentações de R$ 99,4 bilhões.
As compras remotas, puxadas pelo e-commerce, também tiveram crescimento durante o primeiro semestre do ano, com alta de 32,7% onde somaram um montante de R$ 338,5 bilhões no período. Já os pagamentos com o mecanismo de aproximação, tanto para crédito quanto para débito, tiveram um aumento de 344,5%, somando R$ 25,5 bilhões.
Apesar de trazer diversas vantagens, os cartões de crédito podem também acarretar dívidas para as famílias. Isso acontece quando a renda é insuficiente, ou nos casos em que não se tem uma educação financeira com uma estratégia adequada nos gastos.
Em julho deste ano, 78% das famílias brasileiras estavam com dívidas, sendo elas em atraso ou não. Estes são dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), em 2010. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o patamar visto em março é a maior proporção desde o início do estudo.
Durante o mês de junho, o percentual visto era de 77,3%. Enquanto em julho do ano passado, essa taxa alcançava a marca de 71,4%, informa a Peic. Com relação aos inadimplentes, que são as famílias que possuem dívidas ou atrasos, estes chegaram ao maior patamar já visto nos últimos 12 anos, 29%.
Já as famílias que não terão condições de arcar com suas dívidas em atraso somam 10,7% dos brasileiros. O valor em questão está acima do obtido em fevereiro deste ano e em março do ano passado, ambos se encontravam a 10,5%.
O uso dos cartões de crédito corresponde a 85,4% dos motivos de endividamento. Em seguida estão o uso de carnês (18,7%), financiamento de carro (11,2%), crédito pessoal (9,4%) e financiamento de casa (8,6%).