Um levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), apontou que o pagamento do 13º salário para os trabalhadores do Brasil poderá injetar R$ 291 bilhões na economia do país. O valor equivale a 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.
Em resumo, o 13º salário é pago aos trabalhadores do mercado formal, incluindo os empregados domésticos e segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), bem como para aposentados e pensionistas da União, estados e municípios.
Ao todo, cerca de 87,7 milhões de brasileiros receberão o 13º salário, que também é conhecido como abono natalino. Em média, cada beneficiário terá direito a um rendimento adicional de R$ 3.057, segundo as estimativas do Dieese.
Para a realização do cálculo, o Dieese reuniu uma série de dados para embasar as estimativas em relação ao pagamento do 13º salário em 2023. Veja quais foram os dados analisados:
A saber, a Rais e o Caged são plataformas agregadas ao Ministério do Trabalho e Emprego. Por sua vez, a Pnad Contínua é realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além disso, o Dieese também considerou informações da Previdência Social e da Secretaria do Tesouro Nacional (STN).
Cabe salientar que, em relação à Rais, o Dieese considerou o total de assalariados com carteira assinada que trabalhavam em dezembro de 2021, acrescido do saldo do Novo Caged de 2022 e 2023 (até setembro). Já no caso da Pnad Contínua, o levantamento utilizou o contingente estimado de empregados domésticos com registro em carteira.
Por sua vez, os beneficiários (aposentados e pensionistas) que, em agosto de 2023, recebiam proventos do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), do Regime Próprio da União e dos estados e municípios, também entraram no cálculo, mas o Dieese não obteve o número total de beneficiários.
A propósito, o Dieese não considerou autônomos, assalariados sem carteira ou trabalhadores com outras formas de inserção no mercado de trabalho. Em suma, o cálculo do impacto do pagamento do 13º salário excluiu estes trabalhadores, mesmo que, eventualmente, recebam algum tipo de abono de fim de ano, pois não há dados disponíveis sobre isso.
Em 2023, os empregados formais, incluindo trabalhadores domésticos (que somam 1,49 milhão de pessoas), deverão receber cerca de R$ 201,6 bilhões. Isso corresponde a 69,2% do total pago pelo 13º salário em 2023.
Já os 31% restantes, ou R$ 89,8 bilhões, seguirão para os aposentados e pensionistas. Nesse caso, a divisão deverá ficar da seguinte forma:
De acordo com o Dieese, os trabalhadores do setor de serviços, incluindo a administração pública, terão a maior média do valor do 13º salário. Veja quanto será o abono médio por setor:
Em média, os trabalhadores que estão na ativa do setor formal irão receber, em média, R$ 3.806,35.
A saber, os estados do Sudeste deverão concentrar a parcela mais expressiva do pagamento do 13º salário, respondendo por 50% do total pago no Brasil. Em resumo, a região possui a “maior capacidade econômica do país e concentra a maioria dos empregos formais e aposentados e pensionistas”, segundo o Dieese.
Em seguida, e como percentuais semelhantes, deverão ficar as regiões Sul e Nordeste, respondendo por 17% e 15,7% do montante pago no país, respectivamente. Já na parte de baixo da tabela, ficam as regiões Centro-Oeste e Norte, com os respectivos percentuais de 8,8% e 5%.
“Importante registrar que os beneficiários do Regime Próprio da União receberão 4% do montante e podem estar em qualquer região do país”, ressaltou o Dieese.
Por fim, entre as unidades federativas do país, o Distrito Federal terá o maior valor médio pago por 13º salário, de R$ 5.400. Em contrapartida, os menores montantes deverão ocorrer no Maranhão e no Piauí (R$ 2.087 e R$ 2.091, respectivamente). Cabe salientar que estes valores médios não incluem os aposentados pelo Regime Próprio dos estados e dos municípios.