Uma nova operação do cibercrime do Irã mirando autoridades de Israel e Estados Unidos foi descoberta pela Check Point Research (CPR), divisão de Inteligência em Ameaças da Check Point Software Technologies, uma fornecedora de soluções de cibersegurança global. O cibercrime iraniano utilizou técnicas de spear phishing – que utiliza de iscas personalizadas para atrair pessoas específicas – para atingir ex-oficiais israelenses, militares e executivos de alto escalão, bolsistas de instituições de pesquisa, think tanks e cidadãos israelenses.
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Os ataques usaram uma infraestrutura de phishing personalizada, bem como uma ampla variedade de contas de e-mail falsas para personificar assuntos confiáveis. Essas descobertas da CPR chegam em um momento de crescentes tensões entre Israel e Irã, em que ocorreram tentativas anteriores do Irã de atrair alvos israelenses por e-mail.
Os alvos incluíram a ex-ministra de Relações Exteriores de Israel, Tzipi Livni, o ex-embaixador dos Estados Unidos em Israel, o ex-major-general das Forças de Defesa de Israel (IDF – Israel Defense Forces) e três outros executivos.
Os cibercriminosos invadiram as caixas de entrada de e-mails de altos funcionários em Israel e depois usaram esses e-mails para atingir outros funcionários de alto nível para roubar informações pessoais. Os atacantes sequestraram as trocas de mensagens existentes e trocaram e-mails por novos, fingindo ser outra pessoa, para enganar suas vítimas e fazer com que conversassem com eles.
A CPR acredita que o objetivo dessa operação de cibercrime é roubar informações pessoais, digitalizar passaportes e acessar contas de e-mail.
Para facilitar a operação de spear phishing, os atacantes adotaram um encurtador de URL falso, a fim de disfarçar os links de phishing, e também recorreram a um serviço de verificação de identidade legítimo para o roubo de documentos de identidade.
A Check Point Research acredita que os cibercriminosos por trás da operação fazem parte de uma entidade apoiada pelo Irã. Evidências apontam para uma possível conexão com o grupo APT Phosphorus, atribuído ao Irã, o qual tem um longo histórico de conduzir operações cibernéticas de alto nível alinhadas com os interesses do regime iraniano, além de visar autoridades israelenses.
Os ataques bem sucedidos realizados pelo cibercrime iraniano mostram os riscos do phishing. Segundo a Check Point, o impacto e o custo de um ataque como esse em uma organização ou até para uma pessoa dependem da velocidade e exatidão de sua resposta. Se um usuário suspeitar que uma mensagem possa ser um e-mail de phishing, recomenda-se seguir estas etapas: