Economia

Oito em cada dez reajustes salariais superaram a inflação em 2023

Os reajustes salariais estão muito positivos para os trabalhadores do país em 2023. De acordo com o Salariômetro, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), oito em cada dez acordos e negociações salariais superaram a inflação no país nos oito primeiros meses deste ano.

Isso quer dizer que a maioria absoluta dos trabalhadores com carteira assinada viram o seu poder de compra crescer. Esse dado é muito positivo para os profissionais, que podem aumentar o consumo mensal graças aos reajustes acima da inflação.

Em resumo, a Fipe faz uma relação entre as negociações salariais e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Este indicador mede a variação da cesta de compras para famílias com renda de um até cinco salários mínimos, ou seja, foca nas pessoas de renda mais baixa do país.

Vale destacar que o INPC é utilizado como referência para reajustes salariais e benefícios do INSS. Em outras palavras, o governo federal se baseia na variação registrada pelo indicador para definir os reajustes no país. Por isso que o INPC, medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é um índice tão importante para o país.

Reajustes superam INPC

Em 2023, o Brasil está conseguindo superar as adversidades e as projeções para a atividade econômica estão cada vez mais otimistas. As estimativas de analistas do mercado financeiro apontam uma alta de 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro neste ano, taxa idêntica ao crescimento registrado em 2022, de 2,9%.

Isso mostra que a estagnação econômica, esperada para este ano, será superada. Ao mesmo tempo, os reajustes salariais estão registrando resultados cada vez mais positivos para os trabalhadores do país.

Segundo o boletim Salariômetro, os resultados observados em entre janeiro e agosto de 2023 foram os seguintes:

  • 79,2% dos reajustes superaram a inflação;
  • 15,5% dos reajustes tiveram variação igual ao do INPC;
  • 5,4% dos reajustes ficaram abaixo da inflação.
Maioria dos reajustes de 2023 supera inflação e eleva poder de compra do trabalhador. Imagem: Agência Brasil.

Reajustes acumulados em 2023

O resultado acumulado entre janeiro e agosto deste ano foi o melhor para o período dos últimos anos, segundo a Fipe. A título de comparação, entre janeiro e agosto de 2022, a proporção havia chegado a apenas 23,6%.

A saber, o reajuste mediano real dos salários superou a inflação em 1,5% entre janeiro e agosto deste ano. Nas regiões brasileiras, as taxas registradas foram as seguintes:

  • Centro-Oeste: 1,17%;
  • Sudeste: 1,14%;
  • Sul: 1,00%;
  • Norte: 0,53%;
  • Nordeste: 0,53%.

Já em relação aos setores pesquisados, o maior reajuste real mediano foi registrado pela construção civil (1,67%). Em seguida, ficaram agropecuária (1,17%), indústria (1,00%), serviços (1,00%) e comércio (0,26%).

Prévia de setembro

A Fipe ainda não divulgou os dados de setembro. Isso deverá acontecer nos próximos dias. Contudo, a entidade já revelou que a proporção de reajustes acima da inflação deverá perder força no nono mês deste ano.

A título de comparação, 82% das negociações de trabalho realizadas em agosto superaram a taxa acumulada pelo INPC em 12 meses. Contudo, em setembro, a taxa deverá cair para 71,8%. Ainda assim, o resultado é bastante positivo para os trabalhadores e mostra que eles estão ganhando reajustes acima da inflação, aumentando o seu poder de compra.

Entenda o levantamento da Fipe

Quando os reajustes salariais superam a inflação, isso significa que houve aumento no poder de compra dos trabalhadores. Assim, eles passam a ter mais condições financeiras para aumentar o consumo.

Vale destacar que, quando ocorre o contrário, com os acordos e convenções ficando abaixo da inflação, o trabalhador tem a sua renda reduzida. Isso porque o reajuste salarial não consegue acompanhar o aumento dos preços de bens e serviços no país, obrigando o trabalhador a modificar seus hábitos de consumo para se adequar à nova renda e aos novos preços.

Já nos casos de reajustes iguais ao INPC, os trabalhadores seguem com o mesmo poder de compra, ou seja, eles podem comprar os mesmos itens de antes, pelo menos na teoria. Entretanto, não há possibilidade de aumento do consumo, uma vez que a renda sobe apenas o suficiente para mantê-la no mesmo nível da inflação.

Por fim, “o Salariômetro é uma iniciativa da Fipe para disponibilizar informações e análises sobre o mercado de trabalho brasileiro. Para acompanhar a negociação coletiva, transforma os textos dos acordos coletivos e das convenções coletivas depositados no Mediador do MTP em dados quantitativos sobre 40 tipos de cláusulas“, informa a Fipe.